23.5 C
Brasília
terça-feira, 24/06/2025




Copom vê necessidade de juros mais altos por mais tempo

Brasília
nuvens quebradas
23.5 ° C
23.9 °
23.5 °
57 %
2.1kmh
75 %
ter
23 °
qua
27 °
qui
26 °
sex
28 °
sáb
27 °

Em Brasília

NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Copom (Comitê de Política Monetária) identificou que será necessário manter os juros em patamares elevados por um período superior ao que estava previsto anteriormente, devido a expectativas de inflação que continuam distantes da meta estabelecida pelo Banco Central, segundo a ata divulgada nesta terça-feira (24).

No documento, o comitê destacou cinco vezes a intenção de manter a taxa de juros elevada durante um intervalo de tempo considerável. Na última quarta-feira (18), o Copom decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, atingindo 15% ao ano.

Para justificar a medida, o colegiado avaliou que a economia ainda apresenta sinais de vigor, o que dificulta a redução da inflação para o nível desejado, exigindo taxas de juros mais altas.

A meta central de inflação é 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, o objetivo é cumprido se a inflação ficar entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central trabalha atualmente mirando a inflação prevista para o final de 2026, conforme o sistema de avaliação contínua.

No boletim Focus divulgado pouco antes da reunião, os analistas indicavam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve encerrar 2025 acima da meta, em 5,25%, e permanecer no teto da margem de tolerância em 2026, em 4,5%. Para 2027, a previsão mediana do mercado está em 4%.

Na perspectiva principal do Copom, a projeção para a inflação deste ano subiu de 4,8% para 4,9%, ainda consideravelmente acima do teto da meta. Para 2026, a estimativa permaneceu em 3,6%.

Sobre a economia interna, o comitê observou sinais variados quanto à desaceleração da atividade, mas identificou uma "certa moderação" no crescimento. "O processo de desaceleração do crescimento continua a ocorrer, embora de forma gradual", afirmou o colegiado.

O comitê destacou que o ciclo de alta de juros até aqui foi rápido e firme, ressaltando que grande parte do impacto dessa política monetária sobre a economia ainda será percebido no futuro, devido ao atraso temporal inerente à ação dos juros.

Este ciclo começou em setembro do ano passado, contabilizando até agora sete aumentos consecutivos, totalizando uma elevação de 4,5 pontos percentuais na Selic.

Assim como no comunicado anterior, o Copom reiterou a previsão de que a alta da Selic será interrompida na próxima reunião, em julho.

"A criação da confiança necessária para definir o nível adequado de restrição monetária ao longo do tempo depende de garantir que os canais da política monetária estejam livres e sem impedimentos para agir", afirmou o colegiado.

Mesmo com uma melhora no cenário internacional, como a redução parcial das tarifas na guerra comercial dos Estados Unidos, o Copom mantém uma visão predominante de ambiente externo ainda instável e incerto.

O conflito geopolítico no Oriente Médio e suas possíveis repercussões no mercado de petróleo acrescentam elementos de incerteza ao cenário externo. Por isso, o Copom indicou que adotará uma postura mais cautelosa na condução dos juros.




Veja Também