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quinta-feira, 19/06/2025




Depressão eleva risco de doenças crônicas, aponta pesquisa

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Um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia, divulgado na revista Plos One, identificou que adultos de meia-idade que já enfrentaram depressão apresentam maior incidência de doenças crônicas. A pesquisa avaliou a relação entre depressão e a presença simultânea de mais de uma enfermidade, chamadas de multicomorbidades.

A depressão impacta diversos sistemas do corpo, e os pesquisadores investigaram sua conexão com o surgimento ou a existência de 69 condições de saúde, como doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes e artrite.

Foram analisados dados de mais de 172 mil pessoas integrantes do Biobank britânico, acompanhadas por uma média de sete anos. Desses, aproximadamente 18% tinham diagnóstico de depressão no início do estudo.

Desde o começo, os indivíduos com depressão sofriam em média de três doenças crônicas, contra duas entre os demais. Ao longo do acompanhamento, o risco de desenvolvimento de novas enfermidades foi duas vezes maior para quem tinha depressão, mesmo ajustando fatores como sedentarismo e tabagismo.

Segundo o psiquiatra Gabriel Garcia Okuda, do Hospital Israelita Albert Einstein, “o estudo revela a relação bidirecional entre depressão e doenças crônicas: pacientes depressivos têm maior chance de desenvolver enfermidades ao longo da vida, e quem enfrenta doenças crônicas está mais vulnerável à depressão”.

Uma explicação para esse vínculo é a dificuldade que pessoas deprimidas têm em cuidar da saúde, incluindo o gerenciamento de condições como hipertensão e diabetes. Ademais, elas frequentemente apresentam desafios para manter tratamentos contínuos, o que agrava os quadros clínicos.

Os sintomas da depressão, como tristeza profunda, falta de motivação, alterações no apetite e no sono, também afetam diretamente a saúde física. Problemas no sono podem levar a desequilíbrios hormonais que elevam o risco de obesidade e doenças cardíacas. Mudanças no apetite podem causar desnutrição ou ganho de peso, intensificando problemas como pressão alta e diabetes.

Okuda destaca que esse ciclo dificulta a melhora tanto da saúde física quanto dos sintomas emocionais. Além disso, indivíduos com depressão tendem a consumir mais álcool e tabaco, o que piora seu quadro geral.

Fica evidente a importância de um diagnóstico e tratamento precoce e integrado, envolvendo acompanhamento psiquiátrico, psicoterapia, uso de medicamentos conforme necessário e mudanças no estilo de vida, como melhor qualidade do sono, alimentação balanceada, controle do estresse e prática regular de atividade física.

O cuidado colaborativo entre profissionais de saúde é fundamental, assim como a conscientização do paciente para a necessidade de tratar tanto os aspectos físicos quanto emocionais.




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