A Tailândia declarou que continuará suas operações militares contra o Camboja, mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado que os dois países vizinhos entraram em acordo para um cessar-fogo. O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, afirmou que a nação continuará as ações militares até garantir a segurança de seu território e população.
Os confrontos já duram sete dias e resultaram em pelo menos 20 mortes. Mais de 500 mil pessoas que moram na região da fronteira foram deslocadas em busca de segurança.
Autoridades militares da Tailândia confirmaram ataques de retaliação contra alvos no Camboja na madrugada deste sábado (13). Aeronaves tailandesas destruíram duas pontes que estariam sendo usadas para o transporte de armas na zona de conflito.
O porta-voz da Força Aérea, Chakrit Thammavichai, garantiu que os ataques são realizados com armas de alta precisão para evitar danos a civis inocentes.
Esse conflito tem origem numa disputa antiga sobre a delimitação da fronteira de 800 quilômetros entre os dois países, que já vem desde o período colonial. Ambos se acusam mutuamente de reabrir a violência.
O anúncio da continuação das hostilidades veio horas após Donald Trump declarar que Bangkok e Phnom Penh concordaram com um cessar-fogo.
Em sua rede social, o presidente americano escreveu sobre a conversa que teve com os primeiros-ministros Anutin Charnvirakul e Hun Manet, reforçando que ambos os países estão prontos para a paz e para retomar o comércio com os Estados Unidos.
O premiê tailandês também declarou ser necessário anunciar globalmente que o Camboja respeitará o cessar-fogo.
O Ministério da Defesa cambojano informou que as forças tailandesas usaram caças F-16 para lançar bombas sobre vários alvos e acusou a Tailândia de expandir ataques para incluir infraestrutura civil e civis.
Após episódios de violência em julho, as tensões se intensificaram novamente esta semana entre os membros da ASEAN.
Hun Manet afirmou que o Camboja busca resolver o conflito por meios pacíficos e pediu apoio internacional para identificar qual lado iniciou os ataques em dezembro.
Anutin Charnvirakul culpou o lado que violou o acordo pela situação e dissolveu o Parlamento tailandês devido à crise política, com eleições previstas para o início de 2026.
A disputa envolve territórios com templos do Império Khmer e se prolonga desde o início do século 20. Apesar do acordo de cessar-fogo assinado em outubro, a Tailândia suspendeu o tratado após um ataque com mina terrestre que feriu soldados. A situação permanece tensa, e a população da fronteira enfrenta graves consequências.

