Ferramentas de inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, estão sendo usadas como meios para obter informações, principalmente pelos jovens, aponta um relatório divulgado nesta terça-feira, 17, pelo Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo.
Mitali Mukherjee, diretora do Instituto Reuters, destaca no Digital News Report 2025 que “os chatbots com IA estão sendo utilizados pela primeira vez como fonte de informação”, pela população pesquisada.
Baseado em pesquisas online feitas pela YouGov com 97 mil pessoas de 48 países, inclusive Brasil, Argentina e Colômbia, o estudo revela que o uso semanal da IA para informações é baixo (7%) em escala global, mas mais frequente entre os jovens: 12% entre os menores de 35 anos e 15% entre os menores de 25 anos.
O ChatGPT, da americana OpenAI, é o chatbot mais utilizado para esse fim, seguido pelo Gemini, do Google, e pelo Llama, da Meta.
Os usuários apreciam a capacidade dessas ferramentas de personalizar as informações, facilitando o acesso às notícias com recursos como:
- Resumo de textos para leitura rápida, apontado por 27% dos entrevistados;
- Tradução para outros idiomas (24%);
- Recomendações personalizadas (21%);
- Respostas sobre acontecimentos atuais (18%).
Apesar do crescimento do uso, a maioria das pessoas ainda se mostra desconfiada quanto à utilização da IA para notícias, preferindo a participação humana no processo jornalístico por considerar as informações geradas por IA como mais opacas e menos confiáveis.
Os sistemas de IA funcionam com base em dados coletados na internet, incluindo conteúdos jornalísticos, para criar textos ou imagens a partir de comandos em linguagem natural.
Enquanto algumas empresas de mídia firmam parcerias com desenvolvedores de IA para gerar receitas, outras têm optado por ações legais contra o uso não autorizado de seu conteúdo.
Este cenário se soma à baixa confiança dos consumidores tradicionais nos veículos de mídia, conforme outras pesquisas indicam, o que tem permitido manobras por líderes políticos, como Donald Trump nos EUA e Javier Milei na Argentina, para contornar a mídia tradicional, alerta o documento.
Publicado anualmente pelo Instituto Reuters da Universidade de Oxford, este relatório é referência para entender as mudanças no consumo de notícias digitais.