Mais de 589 mil doses da vacina contra a gripe já foram aplicadas na rede pública do Distrito Federal, mas a procura permanece baixa, especialmente entre idosos e crianças, conforme dados da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). O objetivo é vacinar 90% dos grupos prioritários, que incluem crianças, gestantes e idosos. Porém, até agora, somente 45,83% dos idosos do DF receberam a dose (184.029 pessoas). Entre as crianças, 29,92% foram vacinadas (61.194 pessoas) e entre as gestantes, a cobertura está em apenas 5,01%. “A vacina, atualizada todo ano, oferece proteção contra os vírus H1N1, H3N2 e B”, informa a secretaria.
A Secretaria de Saúde também destacou que já foram realizados mais de 120 mil atendimentos por síndromes gripais nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além de cerca de 32 mil atendimentos em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) somente neste ano.
Além disso, a SES reforça que a imunização é gratuita e disponível nas unidades públicas de saúde. “Para receber a vacina, é necessário apresentar um documento de identificação e, se possível, a carteira de vacinação”, reforçou a Secretaria.
Mitos e verdades
Apesar da vacina da gripe estar disponível para toda a população a partir de seis meses no Distrito Federal, algumas pessoas ainda não buscaram a imunização este ano. É o caso de Aurineide Costa, 49 anos, moradora de Água Quente. Ela relata que não tomou a vacina este ano por não ter conhecimento da campanha. “Nem sabia que a vacina da gripe estava disponível este ano”, afirma. Segundo Aurineide, a última vez que se vacinou foi durante a pandemia da Covid-19. “Tomei todas as doses do Covid e aproveitei para tomar a da gripe, mas já faz quase 2 anos. Pensei que não precisava tomar anualmente”, conta.
Aurineide também mencionou que ouve relatos negativos de outras pessoas, o que causa insegurança. “Muita gente diz que toma a vacina e logo depois fica gripada. Falam que ficam doentes por até um mês”, relata. Ela lembra ainda de uma amiga que recusa a vacina por não acreditar nos benefícios da imunização. “Ela diz que a vacina é o próprio vírus. Não acredita na eficácia, e acha que quem toma acaba se contaminando.”
O relato de Aurineide mostra que, mesmo com a vacina disponível, persistem dúvidas e diferentes opiniões sobre a imunização contra a gripe. Para esclarecer as principais questões, a Secretaria de Saúde reforça que a vacina da gripe não provoca a doença, como muitos acreditam. “A vacina é feita com vírus inativado, por isso não causa gripe. Podem surgir algumas reações leves, como febre e mal-estar, que desaparecem em até 48 horas”, explica a Secretaria.
Vacinação anual é necessária
Outro equívoco comum é pensar que não é preciso vacinar todos os anos. A Secretaria alerta que a atualização anual da vacina é fundamental, pois o vírus da gripe sofre mutações frequentes e requer reforço periódico da imunização. Além disso, esclarece que mesmo pessoas fora dos grupos prioritários podem e devem se vacinar. “A vacina está disponível para toda a população acima de seis meses”, enfatizou a SES-DF.
Vacinar-se não protege apenas o indivíduo, mas também ajuda a proteger a comunidade. “Quanto mais pessoas vacinadas, menor a circulação do vírus na sociedade. Isso vale para todas as vacinas”, destaca a Secretaria.
Segundo a Secretaria de Saúde, quem apresentar sintomas leves, como coriza ou dor de garganta, pode receber a vacina da gripe normalmente. Esses sintomas são considerados leves e, portanto, não contraindicam a vacinação contra a influenza. No entanto, para quem estiver com febre ou mal-estar mais intenso, a recomendação é aguardar a melhora antes de tomar a vacina. “A vacinação deve ser adiada até que os sintomas fiquem leves”, orienta a SES.