São Paulo, SP (UOL/FOLHAPRESS)
Rafael Erdreich, cônsul de Israel em São Paulo, explicou que a viagem de prefeitos brasileiros a Tel Aviv, custeada pelo governo israelense, integra uma iniciativa do Ministério das Relações Exteriores.
A delegação de prefeitos brasileiros, que retornou ao país na quarta-feira (18), estava em Israel para participar da Muni Expo, evento que apresenta tecnologias israelenses, mas que foi interrompido devido aos bombardeios realizados pelo Irã.
Ele ressaltou que o transporte de autoridades para Israel não é exclusivo do Brasil. Comitivas de diversos países que estavam em Israel foram pegas de surpresa pelos ataques. “Compartilhamos conhecimentos em cursos de tecnologia, agrotecnologia e outras áreas com várias nações, não apenas com o Brasil”, disse Rafael Erdreich.
“O propósito é ampliar a cooperação com as cidades, mostrar as inovações tecnológicas. Muitos países adotam esta prática, não apenas Israel”, complementou o cônsul.
Sobre a controvérsia, Erdreich afirmou: “Afirmações de genocídio por parte de Israel configuram antissemitismo”. Apesar de reconhecer que Israel “não é perfeito” e aceitar críticas, ele ressalta que é inadmissível questionar o direito do país à sua existência. Segundo ele, as ações contra o Irã são medidas defensivas diante de uma ameaça existencial feita por aquele país.
Reforço na segurança
A entrevista concedida ao UOL ocorreu no consulado israelense, que está localizado em um centro empresarial numa área nobre de São Paulo. Todos os jornalistas que participaram passaram por uma rigorosa verificação de segurança, com apresentação de documentos e equipamentos como detectores de metal.
Apenas blocos de anotações e canetas foram autorizados na sala da conferência, e todos esses objetos foram cuidadosamente inspecionados por uma equipe de segurança. Celulares, dispositivos eletrônicos e crachás tiveram que ser guardados, sem possibilidade de gravação, o que exigiu que os pontos principais da conversa fossem anotados manualmente.
Embora o local já conte com altos padrões de segurança, a intensificação recente é justificada pelos ataques ocorridos desde o dia 7 de outubro. De acordo com o cônsul e outros representantes diplomáticos, agentes de segurança foram atacados durante um protesto recente nas dependências do consulado.