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segunda-feira, 25/11/2024
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USP abre sindicância para investigar caso de estupro de aluna em festa

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Estudante registrou ocorrência durante os jogos Juca, em Sorocaba.  Apesar de abuso ter ocorrido fora da USP, suspeito pode ser expulso.

Nota de repúdio foi divulgada por atlética da USP (Foto: Reprodução/Facebook)
Nota de repúdio foi divulgada por atlética da USP (Foto: Reprodução/Facebook)

A direção do Instituto de Fisica da Universidade de São Paulo (USP) abriu sindicância na quarta-feira (1ª) para apurar a denúncia de estupro de uma estudante de artes cênicas, de 20 anos, durante os Jogos Universitários de Comunicação e Arte (Juca), realizado entre os dias 26 e 29 de maio em Sorocaba (SP). O suspeito do crime, que também é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade, seria um estudante de 35 anos do curso de física.

A universitária registrou boletim de ocorrência em Sorocaba no sábado (28). De acordo com a ECAtlética, atlética de estudantes da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP, o caso teria ocorrido durante uma festa na sexta-feira (27), quando o homem abusado da estudante. A vítima reconheceu o suspeito, que foi expulso do evento. Segundo a organização do Juca, a festa não fazia parte da programação oficial dos jogos.

Já de acordo com a assessoria de imprensa da universidade, a direção do Instituto de Físicaresolveu abrir uma sindicância mesmo sem a queixa formal da estudante à instituição. Três professores farão parte da apuração, que deve durar entre 30 e 90 dias.

“No caso específico de violação dos direitos humanos, após a denúncia formal, é feita a comunicação à Comissão de Direitos Humanos da USP, ao Escritório USP Mulher e tomadas as demais providências legais, com abertura de sindicância e, se for o caso, processo administrativo, que pode resultar até em expulsão.” (Veja a nota divulgada na íntegra abaixo)

O processo pode terminar com a expulsão do universitário, mesmo o abuso sexual tendo ocorrido fora da USP. “A comunidade acadêmica não compactua com violências de qualquer espécie, muito menos com as cometidas contra as mulheres.impune”, encerra a nota assinada pelo Instituto de Física da USP. A universidade também solicitou cópias do boletim de ocorrência para a ECAtlética, que devem ser entregues até sexta-feria (3).

Investigações
O estupro está sendo investigado pela DDM em Sorocaba. De acordo com a delegada Ana Luiza Salomone, o suspeito não foi preso por não haver flagrante. Agora, o caso só deve começar a ser apurado se a vítima apresentar uma representação formal contra o agressor. “Houve o estupro. Mas o que a gente entende é que esse tipo de crime prejudica mais a vítima do que o Estado. Então, enquanto ela não procurar uma delegacia [e fazer uma representação formal] para dar seqüência ao caso, não temos o que fazer”, afirma.

Delegada diz que estudante precisa formalizar queixa para iniciar investigação (Foto: Amanda Campos/G1)

Após o registro, realizado no último sábado (28) às 5h da manhã, a vítima recebeu requisição para fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e depois voltou para São Paulo, onde mora. A delegada informou que não sabe se a jovem fez o exame.

Ainda conforme a delegada, a estudante contou que foi seguida pelo agressor. “A vítima disse que estava em uma festa, foi abordada pelo suspeito, que passou a mão em sua genitália. Ela saiu correndo, ele a perseguiu, até que ela chamou o segurança e o jovem foi expulso do local”, explica.

Os organizadores dos jogos disseram que a festa onde teria acontecido o estupro não fez parte da competição e foi um evento isolado, fora da programação do Juca. Já a USP declarou que não interfere nas festas feitas fora da universidade.

Por meio de nota, a ECAtlética confirmou o caso e diz ter identificado o agressor como um estudante do curso de física. Publicado no Facebook, o texto informa que a jovem foi vítima do estupro durante a “FestaECA Sem Meio”, realizada na sexta-feira (27). Após a acusação, o suspeito foi escoltado até a rodoviária de Sorocaba e a vítima, levada à delegacia para fazer o boletim de ocorrência. A vítima passa bem e está recebendo todo o apoio de seus amigos, informou a publicação da atlética dos estudantes. 

Juca

A 23ª edição dos Jogos Universitários de Comunicações e Artes (Juca) foi realizada em Sorocaba, entre os dias 26 e 29 de maio. Cerca de seis mil estudantes de oito faculdades do Estado de São Paulo passaram pela cidade durante o evento.

Esta foi a primeira vez que Sorocaba recebeu os jogos e concentrou disputas esportivas durante o dia e festas no período da noite. Alguns moradores reclamaram da bagunça durante os dias de festa. Um morador registrou som alto antes das 6h. A equipe da TV TEM flagrou estudantes consumindo drogas.

Veja a nota da USP na  íntegra:
A USP esclarece que, para que sejam tomadas as medidas internas cabíveis (sindicância e processo disciplinar), a vítima deve formalizar a ocorrência junto à Universidade. A aluna em questão ainda não apresentou nenhuma queixa formal à Universidade, que tomou conhecimento do caso pelas redes sociais.

A Diretoria da ECA está em contato com a Atlética, que se comprometeu a providenciar cópia do boletim de ocorrência e relatos por escrito até a próxima sexta-feira, dia 3/6.

No caso específico de violação dos direitos humanos, após a denúncia formal, é feita a comunicação à Comissão de Direitos Humanos da USP, ao Escritório USP Mulher e tomadas as demais providências legais, com abertura de sindicância e, se for o caso, processo administrativo, que pode resultar até em expulsão. É necessário que as vítimas conheçam e confiem nos meios institucionais da Universidade postos à sua disposição para o acolhimento, orientação jurídica e encaminhamento para a área médica.

A Direção do Instituto de Física (IF), mesmo sem ainda ter tido acesso aos registros, instaurou uma sindicância para apurar os fatos, e ressalta que sua comunidade acadêmica não compactua com violências de qualquer espécie, muito menos com as cometidas contra as mulheres.

Conforme mencionado, o caso está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da USP e pelo Escritório USP Mulher.

Morador registrou som alto antes das 6h em alojamento (Foto: Reprodução/TV TEM)
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