O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou atitudes contraditórias nesta segunda-feira (16/6) com a falha na tentativa de estabelecer um cessar-fogo entre Israel e Irã. Enquanto parecia se abster do conflito ao recomendar a evacuação da capital do Irã, Teerã, também reuniu um gabinete de crise e deixou prematuramente a cúpula do G7 no Canadá devido às tensões no Oriente Médio.
Este conflito já dura cinco dias sem sinais de trégua ou diminuição da hostilidade entre esses inimigos históricos. Na madrugada de terça-feira (17/6), houve ataques e explosões intensas.
Contexto do conflito
No dia 12 de junho, as Forças de Defesa de Israel lançaram um ataque preventivo contra o programa nuclear do Irã. Israel, potência militar regional, vinha mostrando-se cada vez mais preocupada com os avanços nucleares iranianos, os quais a comunidade internacional também acompanha com apreensão.
Ambos países são rivais antigos e a ação israelense aumentou a instabilidade na região. Embora o Irã tenha buscado um canal diplomático com o governo de Trump para cessar as hostilidades, o presidente americano mostrou-se mais preocupado em impedir o Irã de desenvolver armas nucleares.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, declarou que o país busca estabelecer diálogo com os EUA para encerrar a guerra contra Israel, destacando a importância dos próximos passos: “Se o presidente Trump estiver genuinamente interessado em diplomacia para acabar com o conflito, a continuação será crucial.”
O presidente norte-americano respondeu diretamente no Truth Social, atribuindo ao Irã a responsabilidade pela escalada das tensões ao rejeitar um acordo – cujos termos não são públicos. Trump enfatizou: “O Irã deveria ter aceitado o acordo. Que vergonha e desperdício de vidas. Em resumo: O IRÃ NÃO PODE TER ARMAS NUCLEARES. Já disse isso várias vezes! Todos deveriam evacuar Teerã imediatamente!”
Movimentações militares e diplomáticas
Além da resposta contundente, os EUA manifestaram falta de interesse aparente em ajudar o Irã nas negociações com Israel, enviando o porta-aviões nuclear USS Nimitz para o Oriente Médio, deslocando-o do mar do sul da China e cancelando uma escala no Vietnã. Mais de 30 aviões-tanque da Força Aérea americana também foram enviados em direção ao leste pelo Atlântico, embora autoridades considerem algumas dessas ações rotineiras ou ligadas a exercícios da OTAN.
Tentativa de acordo e reação de líderes
O presidente da França, Emmanuel Macron, mencionou durante o G7 que uma proposta de cessar-fogo foi oferecida ao Irã, visando iniciar negociações mais amplas. Isso demonstra que esforços diplomáticos ainda estão em curso apesar do clima tenso.
Saída de Trump do G7
Com a escalada da crise, Trump deixou a reunião do G7 em Calgary, Canadá. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nas redes sociais que a saída foi devido à situação no Oriente Médio. A emissora Fox News noticiou que ele pediu a membros do Conselho Nacional de Segurança que estivessem na Sala de Situação para sua chegada a Washington.
Além disso, Trump comunicou que emissários iranianos teriam buscado contato com os EUA, e sinalizou a intenção de promover uma reunião com representantes do Irã ainda nesta semana, evidenciando uma postura de negociações paralelas ao fortalecimento das operações militares.