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quinta-feira, 19/06/2025




Setor produtivo e sindicatos criticam alta dos juros

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A elevação da taxa básica de juros da economia, a Selic, para 15% ao ano gerou insatisfação entre representantes da indústria, comércio e sindicatos, que alertam sobre os impactos negativos para a produção e os investimentos.

Em comunicado, Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), classificou a medida do Comitê de Política Monetária (Copom) como “injustificável”. Para ele, a alta dos juros irá sufocar o crescimento econômico.

“Não enfrentávamos juros nesse nível desde 2006. A combinação de juros elevados e carga tributária elevada já prejudica a capacidade dos setores produtivos, que enfrentam um cenário instável e aumentos nos custos de crédito. É contraditório o Banco Central criticar o aumento do IOF enquanto eleva a taxa Selic. Qual é o objetivo?”, indagou Alban.

Para a Associação Paulista de Supermercados (Apas), o Banco Central poderia ter optado por manter a taxa estável ou até reduzi-la. O economista-chefe, Felipe Queiroz, ressaltou: “Não há justificativa para juros tão altos”.

“O contexto exige políticas que estimulem o desenvolvimento econômico interno e a produção. Mesmo com juros altos, o mercado espera um crescimento do PIB de 2,2%. Com taxas mais moderadas, o desempenho poderia ser bem melhor”, completou Queiroz.

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) destacou que a decisão surpreendeu o mercado, mas explicou que a inflação subjacente permanece acima da meta anual de 4,5% em 12 meses, justificando uma política monetária mais rigorosa.

De acordo com o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, “apesar da desaceleração econômica e da valorização do real que tendem a aliviar a pressão nos preços, a inflação subjacente continua elevada devido à expansão fiscal e expectativas não controladas, o que demanda juros altos”.

Reação das centrais sindicais

As centrais sindicais também manifestaram descontentamento com a elevação dos juros. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que a medida dificulta a vida das famílias e perpetua um sistema de transferência de recursos para o setor financeiro.

Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, declarou: “Juros altos desestimulam investimentos e consumo, prejudicando o mercado de trabalho. Sem essa política, o Brasil poderia gerar mais empregos de qualidade e melhores salários.”

Já a Força Sindical classificou os juros elevados como um “veneno” para a produção e comércio.

Miguel Torres, presidente da entidade, criticou: “Juros altos incentivam a especulação e beneficiam o setor bancário em detrimento da indústria e comércio. Os trabalhadores temem que essa política aumente o desemprego e a pobreza.”




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