Delegados da República Democrática do Congo e de Ruanda chegaram a um acordo de paz que será oficialmente assinado em 27 de junho, conforme anúncio feito em Washington na última quarta-feira (18).
A área leste do Congo, rica em recursos naturais e vizinha a Ruanda, enfrenta conflitos há trinta anos. Nos últimos meses, a situação agravou-se com a tomada das importantes cidades de Goma e Bukavu pelos rebeldes do M23, que retomaram suas ações no final de 2021.
O acordo, baseado em princípios firmados em abril, inclui cláusulas para garantir a integridade territorial e proibir hostilidades na região leste do Congo, conforme comunicado do Departamento de Estado dos EUA, representando também o Catar, que atua como mediador.
Marco Rubio, secretário de Estado americano, estará presente na cerimônia de assinatura em Washington no fim do mês.
Este acordo foi fruto de três dias de diálogo produtivo entre autoridades do Congo e Ruanda, discutindo interesses políticos, de segurança e econômicos.
Entre os termos, destacam-se medidas relativas à desmobilização, desarmamento e possível integração de grupos armados não estatais.
O grupo rebelde M23, apontado por especialistas e pela ONU como apoiado militarmente por Kigali, lançou uma ofensiva no início deste ano na região leste do Congo, chegando a controlar Goma e Bukavu, onde implantou estruturas governamentais, causando milhares de mortes.
No mês anterior, Ruanda anunciou que um acordo definitivo seria firmado em meados de junho em Washington.
Embora Ruanda negue qualquer apoio ao M23, afirma que sua segurança é ameaçada por grupos armados do leste congoleiro, especialmente as Forças Democráticas de Libertação de Ruanda, criadas por antigos líderes hutus ligados ao genocídio de 1994.
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