São Paulo, SP (Folhapress)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (18) que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estava correto em uma hipótese frequente sua: a de que o conflito na Ucrânia não teria começado se ele ainda estivesse na presidência dos EUA.
Durante uma coletiva de imprensa com jornalistas internacionais, Putin comentou diversos temas, incluindo o conflito entre Israel e Irã, além das relações diplomáticas com países da Europa Ocidental.
Em dado momento, o líder russo classificou como uma “ideia absurda” a suposição feita em algumas capitais europeias de que Moscou poderia atacar os países da Otan, sugerindo que essa ideia serve como justificativa para aumentar os gastos militares na Europa.
Com a invasão russa da Ucrânia e a distância entre Trump e a Otan, várias nações europeias, especialmente a Alemanha, planejam elevar seus investimentos militares em bilhões de euros e investir pesadamente em infraestrutura para estarem prontas para uma possível guerra contra a Rússia.
Putin também abordou o conflito no Oriente Médio, dizendo: “Não quero nem imaginar que os EUA possam matar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei“. Trump havia feito essa ameaça recentemente, indicando que Washington poderia eliminar Khamenei, mas que, por enquanto, não o faria.
Segundo Putin, “todos deveriam buscar maneiras de cessar os ataques e alcançar um acordo que garanta tanto os interesses do Irã em suas atividades nucleares pacíficas quanto a segurança incondicional de Israel como Estado judeu”. Ele afirmou que, apesar da complexidade da questão, acredita que uma solução possa ser alcançada.
Ao mesmo tempo, o presidente russo, aliado do Irã, mas com laços próximos a Israel, declarou que o acordo militar com Teerã não inclui cooperação direta para defesa do território iraniano.
A entrevista ocorreu poucas horas após Putin se encontrar com a ex-presidente Dilma Rousseff, atual diretora do Novo Banco de Desenvolvimento dos países do Brics, durante o Fórum Econômico de São Petersburgo.