18.5 C
Brasília
quinta-feira, 19/06/2025




Programa secreto de Israel pode ter 90 bombas nucleares

Brasília
nuvens quebradas
18.5 ° C
19.5 °
18.5 °
72 %
5.1kmh
75 %
qui
24 °
sex
26 °
sáb
28 °
dom
29 °
seg
30 °

Em Brasília

Embora Israel negue a posse de armas nucleares no Irã, várias fontes indicam que o Estado israelense mantém um programa nuclear secreto desde os anos 1950, desenvolvendo cerca de 90 ogivas atômicas. Essa estimativa vem da Federação de Cientistas Americanos e da Associação de Controle de Armamentos, ambas dos EUA, mas algumas fontes sugerem um arsenal ainda maior.

Israel é o único país no Oriente Médio que não assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e não permite inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), contrariando apelos do Conselho de Segurança da ONU desde 1981.

Em seu livro A Segunda Guerra Fria, Luiz Alberto Moniz Bandeira, professor da Universidade de Brasília, narra que Israel iniciou a construção de sua usina nuclear em Dimona antes de 1958 pelo projeto Soreq Nuclear Research Center, gerido pela Israel Atomic Energy Commission. Enquanto os países ocidentais pressionam o Irã, a ausência de exigência sobre Israel é destacada.

Robson Valdez, professor de relações internacionais do IDP, critica o apoio incondicional dado a Israel pelas potências ocidentais, denunciando um tratamento desigual em relação ao direito internacional, onde rigor é aplicado para adversários, mas há indulgência para parceiros como Israel.

Os primeiros reatores de Israel foram fornecidos pelos EUA no programa “Átomos para a Paz”. Segundo Moniz Bandeira, Israel iniciou suas bombas nucleares sem consultar Washington, tendo a CIA descoberto o local somente anos depois, se é que não já sabia.

De acordo com o cientista político Ali Ramos, os EUA deliberadamente ignoraram o programa nuclear israelense devido a influências políticas internas, com agências de segurança dos EUA não informando seus presidentes sobre a situação.

Moniz Bandeira também relata que a França auxiliou Israel com materiais e cientistas para construir seus reatores nucleares.

Fontes como Carl Ducketts, da CIA, e o agente do Mossad Ari Ben-Menashe, fornecem dados que sugerem que Israel possui várias instalações e bombas nucleares desde a década de 1960, e estimativas de até 300 ogivas, conforme revelações do ex-técnico nuclear Mordechai Vanunu em 1986. Vanunu foi condenado por traição e permaneceu preso por 18 anos, mas afirmou não se arrepender da denúncia.

O Conselho de Segurança da ONU, após o ataque israelense ao reator de Osirak em 1981, condenou a ação e pediu que Israel submetesse suas instalações nucleares à AIEA, pedido negligenciado até hoje pelo país, que defende sua soberania para decidir sobre tratados internacionais.

Ali Ramos destacou que o programa nuclear israelense é o único no mundo que não está sujeito a inspeção internacional, vivendo em um limbo jurídico.

O desenvolvimento nuclear de Israel também facilitou a expansão territorial do país sobre terras palestinas, consolidada após a guerra de 1967. Em 1973, durante um conflito com Egito e Síria, o então ministro da Defesa, Moshe Dayan, colocou em alerta bombardeiros armados com ogivas nucleares não para usá-las, mas para pressionar os EUA socialmente e politicamente a agir mais decisivamente contra a União Soviética e conter a Síria e o Egito, segundo avaliação do professor Moniz Bandeira.




Veja Também