NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou nesta quarta-feira (18) que o aumento recente no preço do petróleo não provocará alterações imediatas nos valores dos combustíveis no Brasil.
A empresa estatal tem operado com considerável defasagem nos preços nos últimos dias, especialmente no diesel, devido ao aumento expressivo do mercado internacional causado pelo conflito no Oriente Médio.
“O cenário de alta no petróleo tem apenas cinco dias, é algo recente”, afirmou Magda durante entrevista ao comemorar um ano à frente da Petrobras. “Quanto aos preços do diesel e da gasolina, não faremos mudanças bruscas.”
O preço do petróleo Brent, referência mundial negociada em Londres, subiu cerca de US$ 10 por barril na semana passada, motivado por receios de que o conflito entre Israel e Irã comprometa o fornecimento global.
Esse aumento aconteceu após uma série de reduções no preço do diesel nas refinarias da Petrobras, que refletia quedas provocadas pela guerra tarifária do então presidente dos EUA, Donald Trump. Os preços da gasolina também sofreram cortes recentes.
Na abertura do mercado nesta quarta, o preço do diesel nas refinarias estava 17% mais baixo, ou R$ 0,55 por litro, em comparação à paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
Para a gasolina, a defasagem era de 6%, equivalente a R$ 0,16 por litro.
“Com cinco dias de alta no petróleo, não realizaremos alterações”, enfatizou Magda. “Só ajustamos os preços quando percebemos uma tendência clara. Nosso objetivo é evitar repassar a volatilidade e instabilidade para o consumidor brasileiro.”
Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, explicou que a companhia importa petróleo leve da Arábia Saudita e que um possível, embora improvável, bloqueio do Estreito de Ormuz poderia impactar esse fornecimento.
Entretanto, ele ressaltou que existem outras fontes alternativas para adquirir esse tipo de petróleo, usado na produção de lubrificantes na Refinaria de Duque de Caxias, situada na região metropolitana do Rio de Janeiro.