O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) apresentou denúncia contra o estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Vinícius Krug de Souza, por tentar participar da cerimônia de colação de grau com a suástica pintada no rosto, em ato considerado apologia ao nazismo. O episódio ocorreu em fevereiro deste ano na cidade de Porto Alegre.
Vinícius Krug de Souza foi impedido de tomar posse na colação de grau no dia 18 de fevereiro devido ao símbolo controverso desenhado em seu rosto. A universidade registrou uma ocorrência oficial. O estudante afirmou que a marca representava um símbolo hindu, negando qualquer intenção de fazer apologia ao nazismo.
A Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) instaurou um inquérito para investigar o caso. A denúncia aponta que além da suástica, o estudante, que cursa engenharia de minas, exibiu outros símbolos associados a ideologias extremistas e escolheu uma música frequentemente ligada a manifestações neonazistas para sua entrada na cerimônia.
Durante as investigações, foram ouvidas testemunhas, autoridades da universidade, o próprio denunciado e seus contatos próximos. Equipamentos eletrônicos foram apreendidos e enviados para perícia técnica no Instituto-Geral de Perícias (IGP), ainda em andamento.
O promotor Sérgio Harris, responsável pela denúncia, afirmou que há fortes indícios de que a intenção de Vinícius Krug de Souza era promover apologia ao nazismo, apesar da versão alternativa apresentada pelo estudante. “Todas as circunstâncias serão cuidadosamente analisadas no processo criminal”, disse o promotor.
De acordo com o Ministério Público, a atitude do aluno configura crime previsto no artigo 20, parágrafo 1º, da Lei 7.716/1989, que trata da apologia ao nazismo. A pena para este delito é de reclusão de dois a cinco anos e multa. Em abril, o estudante já havia sido indiciado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul pelo mesmo crime.
A reportagem tentou contato com a defesa do estudante, mas não obteve retorno até a última atualização. A possibilidade de manifestação permanece aberta.