A empresa australiana Meteoric Resources anunciou a produção inicial de Carbonato Misturado de Terras Raras (MREC) em sua nova Planta Piloto do Projeto de Terras Raras Caldeira, um centro experimental de extração situado em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, na quarta-feira (10/12). A inauguração oficial da planta ocorreu na sexta-feira (12/12).
De acordo com a empresa, a Planta Piloto realiza testes de separação de terras raras utilizando extração por solvente e outras tecnologias avançadas.
Foram destacados os processos implementados recentemente, que envolveram o uso de material de amostras de sondagem de baixa qualidade, tais como a preparação do minério para o circuito — incluindo lavagem e peneiração das argilas —, lixiviação com AMSUL e a filtragem dos sólidos residuais para produzir um bolo seco empilhável.
“A Planta Piloto aprimora e ajusta o processo e avalia diferentes tipos de minério do Projeto Caldeira. Os resultados dos testes piloto serão integrados ao Estudo de Viabilidade Definitivo (DFS) do projeto, atualmente conduzido pela Ausenco”, comunicou a empresa.
Stuart Gale, diretor executivo, manifestou satisfação pela entrega do primeiro lote de MREC do Projeto Caldeira.
“A equipe realizou um trabalho excepcional no desenvolvimento da Planta Piloto — desde a aquisição dos equipamentos essenciais, contratação dos operadores, até a construção e comissionamento. Isso posiciona a Meteoric entre as poucas empresas no mundo capazes de produzir MREC de maneira independente e consistente”, declarou Gale.
Ele completou dizendo que o laboratório possibilita o aprimoramento contínuo dos parâmetros principais do projeto e a otimização do processo.
“Aliado ao nosso crescimento da propriedade intelectual geológica, esta Planta Piloto cria uma base sólida para aumentar o valor do projeto a longo prazo”, ressaltou Gale.
Terras raras
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MNE), o Brasil possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, equivalendo a 25% do total global.
As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos indispensáveis para diversos dispositivos modernos — como smartphones, televisores, câmeras digitais e LEDs. Embora presentes em pequenas quantidades, esses elementos são insubstituíveis.
O uso mais significativo dessas substâncias está na produção de ímãs permanentes, que são potentes e duráveis, mantendo suas propriedades magnéticas por muitos anos. Esses ímãs permitem fabricar componentes menores e mais leves, um requisito fundamental para tecnologias como turbinas eólicas e carros elétricos.