O governo de São Paulo cancelou o ponto facultativo que determina o feriadão, mas muitas empresas e órgãos vão dar folga aos trabalhadores
As autoridades de Saúde de São Paulo estão preocupadas com o possível aumento de internações, casos, e de mortes por covid-19 após o Carnaval. Há duas semanas, o governo paulista cancelou o ponto facultativo que determina o feriadão, mas muitas empresas e órgãos vão dar folga aos trabalhadores.
“Nós temos olhado com muita atenção essas próximas duas semanas porque o Carnaval faz parte da nossa cultura e é um momento em que produz grandes encontros e aglomerações, e isso pode facilitar a transmissão do vírus”, alertou Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 de São Paulo nesta semana.
Ele pontuou que duas semanas após as festas de fim de ano, houve uma explosão da covid-19 não só no estado mas em todo o Brasil, levando a muitas restrições de circulação e fechamento de setores da economia. Este período de 14 dias é o tempo de incubação do vírus, por isso os reflexões de aglomerações são sentidos no sistema de saúde em até duas semanas.
A diferença, e o mais preocupante agora, é que antes do Natal e do Ano-Novo, os números de casos e de mortes não estavam em patamares tão elevados. Há 21 dias a média de mortes diária de mortes por covid-19 está acima de 1.000. Este número só foi registrado no pico da pandemia, no meio de 2020.
Além de cancelar o ponto facultativo, o acesso às praias da Baixada Santista só são permitidos para a prática de atividades. No fim do ano a mesma medida foi adotada, mas o que se viu foram muitos desrespeitos às medidas sanitárias impostas pelo governo estadual.
O Comitê de Saúde de São Paulo ainda fez um alerta sobre a nova variante do coronavírus, identificada em Manaus. Por ser mais transmissível, a taxa de contaminação fica ainda mais alta, colocando mais pressão sobre o sistema de saúde, que pode entrar em colapso.
Atualmente o estado de São Paulo tem uma média de 1.475 novas internações por dia, somando enfermaria e UTI. A taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva está em 66% em todo o estado e em 65% na Grande São Paulo. A média diária de novos casos está acima de 10.000 há um mês, maior período em um patamar tão alto desde o início da pandemia.