A Petrobras possui vasta experiência em lidar com crises e conta com uma equipe robusta nas áreas de logística e abastecimento, capaz de avaliar e monitorar os impactos e cenários relacionados aos preços, afirmou nesta quarta-feira, 25, o gerente executivo de Programas Estruturantes da empresa, Wagner Victer. Ele destacou o acerto da presidente da estatal, Magda Chambriard, ao optar por não alterar os preços durante o auge do conflito entre Israel e Irã.
“Diferente de alguns que consideravam que a decisão da presidente Magda poderia estar errada, ao manter os preços dos derivados, ela mais uma vez mostrou estar no caminho correto”, declarou Victer, após participar de um painel no Energy Summit 2025, realizado no Rio de Janeiro.
Em coletiva concedida no dia 18, enquanto o conflito Israel-Irã alcançava seu ponto mais crítico e o petróleo tipo Brent chegava a US$ 78 o barril, Magda afirmou ser prematuro alterar os preços nas refinarias, visando evitar a transferência da alta volatilidade do mercado internacional para o Brasil. Em menos de uma semana, o conflito diminuiu de intensidade e, conforme a previsão dela, os preços recuaram para níveis anteriores, com o Brent novamente abaixo de US$ 70 o barril.
“A vantagem hoje é contarmos com uma diretoria muito experiente, que enfrentou diversas crises anteriormente, então é fundamental agir com cautela”, explicou Victer, ressaltando sua preocupação com o fato de que a redução dos preços nas refinarias não tem sido repassada para os postos.
Ele destacou que essa questão o preocupa pessoalmente e sugeriu a necessidade de estabelecer um mecanismo mais rigoroso para o monitoramento dos preços, possivelmente em tempo real, para garantir que a diminuição dos valores nas refinarias chegue efetivamente ao consumidor final. “No fim das contas, esse esforço significativo da Petrobras não está refletindo no bolso do consumidor”, concluiu.