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quinta-feira, 21/11/2024
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‘Mais de 3,5 mil homens e mulheres foram nomeados na segurança pública’

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Em entrevista à Agência Brasília, o secretário de Segurança Pública destacou o investimento do GDF na recomposição do efetivo da pasta

Nos últimos três anos, o Distrito Federal apresentou queda nos índices de crimes violentos letais intencionais. A expectativa é que o número se mantenha em baixa em 2022. De acordo com o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo, a redução dos homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte tem ligação com o investimento do governo em programas, infraestrutura e no efetivo das forças.

Após alguns anos sem nomeações, desde 2019, mais de 3,5 mil homens e mulheres foram nomeados e capacitados na segurança pública. Atualmente, mais 750 policiais militares e 350 bombeiros estão sendo capacitados para atuar nas ruas até o meio do ano. “Nós estamos com um concurso em andamento da Polícia Civil para agentes e escrivães; além disso, já temos novos concursos aprovados para as três forças”, afirma o secretário.

Em entrevista à Agência Brasília, o titular da pasta falou mais sobre o investimento em efetivo e em infraestrutura, abordou a questão da diminuição da criminalidade e tratou das ações das forças de segurança durante a retomada das atividades depois de dois anos de pandemia.

Veja, abaixo, os principais trechos da entrevista.

Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Desde 2019, o Distrito Federal vem apresentando redução nos índices de criminalidade. A que o sr. atribui essa diminuição das taxas?

A gente vem apresentando excelentes índices de redução de criminalidade nos últimos três anos, o que demonstra que o programa adotado pela Secretaria de Segurança Pública e pelo Governo do Distrito Federal, o DF Mais Seguro – colocado e editado por meio de um decreto do governador Ibaneis Rocha –, vem dando resultado. É um trabalho centrado muito na integração das forças de segurança, com uma atuação de forma regional e técnica, levando em consideração dados estatísticos e estudo de manchas criminais, além de dados de inteligência. Realmente, podemos atuar de forma cirúrgica em determinadas regiões da cidade, refletindo na redução dos índices de criminalidade, tanto de crimes violentos letais intencionais quanto de crimes contra o patrimônio. Registramos excelentes índices em 2019, conseguimos reduzir em 2020 e 2021 e, para a nossa surpresa, a gente reduziu ainda mais esses números. Já no início deste ano, fechamos o primeiro trimestre com redução dos grandes índices.

Quais crimes estão apresentando diminuição?

“Nos casos de feminicídio, a gente não busca nem a questão da redução, a gente trabalha para que não tenha crime nenhum”

Praticamente todos os crimes violentos letais intencionais – homicídios, latrocínios, feminicídios e lesões corporais seguidas de morte – registraram redução no ano passado. Temos programas específicos para combater cada tipo penal. Por exemplo, com relação ao feminicídio, nós temos o programa Mulher Mais Segura, com diversas ações centradas na questão da prevenção e no estímulo da denúncia. Foram criados canais facilitando à população entrar em contato com as forças de segurança, e a gente vem trabalhando muito na prevenção para conseguir reduzir [a criminalidade] cada dia mais. [Nos casos de feminicídio], a gente não busca nem a questão da redução, a gente trabalha para que não tenha crime nenhum. No homicídio, especificamente, a gente trabalha verificando os locais de ocorrência para ver como se dá a dinâmica desse crime; e temos uma operação específica, o Quinto Mandamento, que é uma operação de preservação da vida. Além de a gente atuar de forma preventiva nos locais onde há venda e consumo elevado de álcool, fiscalizando distribuidoras de bebidas, também enfrentamos o tráfico de drogas, o porte ilegal de armas e os pontos críticos, de acordo com as manchas criminais, onde realmente a gente possa estar prevenindo o cometimento de algum homicídio ou latrocínio, fazendo também uma repressão à criminalidade que quer atuar em determinadas regiões.

Nos últimos dias, o governo anunciou o início das obras na delegacia de Sobradinho II. Como tem sido o investimento da secretaria em infraestrutura?

A gente destaca os números, mas isso tudo é resultado de um bom preparo das nossas forças de segurança em atuação integrada e também da preocupação do governo em investir nas forças. A gente vê investimento na remodelação das unidades e na construção de novas. Tivemos o início das obras da 35ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho II. A gente tem reforma em diversas outras delegacias. Entregamos a Deam II [Delegacia Especial de Atendimento à Mulher], em Ceilândia, que era uma demanda daquela comunidade. Temos a reforma de batalhões da Polícia Militar em Planaltina e a construção na Estrutural. Temos reforma de grupamento de bombeiro militar, como é o caso de Ceilândia. Tivemos aquisição de veículos, de novas armas, coletes. Ou seja, é o investimento na infraestrutura dando melhores condições de trabalho aos nossos operadores da segurança pública. Além disso, vale destacar que o governador Ibaneis Rocha investiu na concessão de novos auxílios. A gente veio durante esse período todo com redução de interstícios [Intervalo de tempo entre dois atos do processo legislativo] para os nossos militares. Por fim, [há] a proposta de recomposição salarial assinada pelo governador e remetida ao governo federal, e estamos trabalhando para que ela se concretize. Ou seja, [trabalhamos para] a valorização no investimento na segurança pública, tanto na questão material quanto no recurso humano.

Este é um governo que tem convocado muitos servidores públicos. Como estão as nomeações na Secretaria de Segurança Pública?

A gente vê o investimento que foi dado também na recomposição. Era uma carência. De 2019 para cá, mais de 3,5 mil homens e mulheres foram nomeados e capacitados na segurança pública. Durante esse período, cumprindo um compromisso de governo, o governador Ibaneis Rocha não deixou as escolas e as academias paradas. Atualmente, estamos na Academia de Polícia Militar com quase 750 policiais e na Academia de Bombeiro Militar com quase 350 em formação, com a previsão de chamada de mais uma turma para cada. Até o meio do ano, a gente também já deve estar com esse pessoal trabalhando, prestando serviço à comunidade do DF. Nós estamos com um concurso em andamento da Polícia Civil para agentes e escrivães. Além disso, já temos novos concursos aprovados para as três forças: Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. Possivelmente tenhamos os editais para o próximo ano. A recuperação dos efetivos é necessária para que a gente possa fazer frente à demanda da população.

Como a secretaria se preparou para a retomada das atividades após dois anos de pandemia?

“Com o protocolo e o programa que nós temos, a gente vem conseguindo de forma incisiva combater a criminalidade e dar também um retorno à sociedade, deixar nossa cidade mais segura”

As forças de segurança não pararam durante esse período todo. As polícias, o Corpo de Bombeiros e o Detran, todos estavam trabalhando. Inclusive, fizeram parte da frente do grupo que tratou logo no início do enfrentamento à pandemia. Com as medidas de restrição, estávamos na fiscalização. Não paramos um minuto. Nos readaptamos e enfrentamos muito bem esse período. Dentro do nosso programa de enfrentamento à criminalidade, com a redução da circulação das pessoas, centramos em outras frentes. Já com o retorno das atividades [presenciais], a gente vem se organizando para que possamos atender, aperfeiçoando os protocolos que já tínhamos. Tivemos grandes eventos na cidade, inclusive manifestações na Esplanada dos Ministérios, e não tivemos registro de nada grave. A gente segue trabalhando firme. Com o protocolo e o programa que nós temos – que trabalha muito a questão da integração das forças de segurança, no combate regionalizado à criminalidade, com estudo técnico –, a gente vem conseguindo de forma incisiva combater a criminalidade e dar também um retorno à sociedade, deixar nossa cidade mais segura.

No início deste ano letivo, houve casos de violência nas escolas e a Secretaria de Segurança Pública passou a atuar com a Secretaria de Educação. Como tem sido esse trabalho?

Esse foi um trabalho de governo reunindo diversas pastas [Segurança Pública, Educação, Justiça e Cidadania, Juventude e Esporte], coordenado pela Secretaria de Educação, com diversas frentes para poder entender o fenômeno. Na parte especificamente de segurança pública, nós estabelecemos um protocolo de atuação com o intuito de aproximar ainda mais o batalhão escolar da Secretaria de Educação. Além disso, colocamos em contato as coordenações regionais de ensino com os nossos batalhões regionais e o batalhão escolar, para que, havendo algum tipo de necessidade de demanda, pudessem diretamente nos acionar. Para isso foi criado e estabelecido um contato direto entre as escolas e as forças de segurança: Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. Além disso, também temos ações preventivas que são desenvolvidas no âmbito das forças de segurança da Secretaria de Segurança Pública. Temos o Proerd [Programa Educacional de Resistência às Drogas] da Polícia Militar, o Bombeiro Mirim do Corpo de Bombeiros e o investigador-mirim da Polícia Civil. Temos um programa específico sendo desenhado dentro da Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade que vai discutir a questão da paz nas escolas, o Promotor de segurança e paz nas escolas. Estamos trabalhando com professores, pais e alunos, para que a gente possa capacitar pessoas que venham a ser multiplicadoras nesse sentido.

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