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sexta-feira, 12/12/2025

Kiev aceitaria zona sem armas em área de conflito

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O plano para um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, baseado na proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, segue em negociação. Segundo o negociador ucraniano Mykhailo Podoliak, citado pelo jornal francês Le Monde, Kiev estaria disposto a aceitar a criação de uma zona desmilitarizada na região de Donbass, no leste do país.

A proposta de neutralidade militar no território ucraniano está presente no plano atualmente em discussão entre as duas capitais. Kiev aparentemente concordaria com a retirada das forças russas e ucranianas de ambos os lados da linha de frente na área de Donbass. A Rússia reivindica a região, embora suas tropas não tenham ocupado toda a área.

Podoliak menciona também a possibilidade de um contingente internacional e missões de monitoramento para garantir o cumprimento do acordo. Ele afirmou que “uma zona desmilitarizada deve existir em ambos os lados da linha”.

Além disso, será necessário definir juridicamente se todas as categorias de armas devem ser retiradas ou apenas as armas pesadas. Para prevenir violações, representantes das missões de monitoramento e um contingente estrangeiro estariam presentes para assegurar o respeito aos termos acordados. Podoliak explicou que esta solução é natural para o fim do conflito, considerando que parte do território permanecerá sob ocupação russa de fato e que uma linha de separação será mantida.

O chanceler francês, Jean-Noël Barrot, expressou otimismo sobre as negociações, afirmando em entrevista que a paz está ao alcance na Ucrânia, ressaltando que cabe aos ucranianos decidirem sobre seu território e que o presidente Volodymyr Zelensky tem demonstrado empenho em criar condições para uma paz justa e duradoura.

Zelensky discutiu recentemente as concessões territoriais necessárias para o fim da guerra e mencionou a proposta americana de uma zona desmilitarizada, também chamada de zona econômica livre, sem aceitar formalmente essa designação, e frisou que questões territoriais necessitariam de referendo ou eleição para decisão pelo povo ucraniano.

Essa zona sem armas em áreas não controladas pela Rússia após anos de conflito representaria uma grande concessão para Kiev, que evitaria renunciar formalmente às suas reivindicações territoriais. Zelensky questionou quem governaria esse território, apontado pelos Estados Unidos como uma zona especial.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump tem demonstrado impaciência com a lentidão das negociações e pressiona pela aceitação de concessões, incluindo a criação da zona desmilitarizada. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente deseja ação e o fim da guerra.

Na Europa, os países aliados de Kiev tentam influenciar as negociações, mas enfrentam dificuldades para agir conforme avalia o analista de geopolítica Ulrich Bounat. Ele destaca que a segurança europeia ainda depende dos Estados Unidos e que os europeus precisam se equilibrar entre apoiar a Ucrânia e manter boas relações com Washington.

Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a próxima semana será decisiva para o rumo da situação, com discussões importantes e a preparação de uma cúpula europeia a ser realizada em 18 de dezembro, onde será debatida a possível utilização de ativos russos congelados na Europa para ajudar a Ucrânia.

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