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sexta-feira, 27/06/2025




Jumento brasileiro pode desaparecer em 5 anos

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Em Brasília

O jumento brasileiro corre o risco de desaparecer até 2030. Em vinte anos, o Brasil perdeu 94% da população dessa espécie, que está ameaçada pelo crescimento da indústria de exportação de peles para a China. A procura internacional pelo colágeno presente na pele dos jumentos acelerou o abate em massa, preocupando especialistas que alertam para a falta de políticas públicas de proteção.

Esse animal, que sempre teve forte presença no semiárido nordestino, está sendo abatido em grande quantidade para atender à demanda do mercado asiático.

Pesquisadores afirmam que o colágeno extraído da pele do jumento é utilizado na medicina tradicional chinesa, principalmente na produção do ejiao, um tônico valorizado por seus supostos benefícios à saúde.

A procura crescente por essa substância fez com que milhares de jumentos fossem capturados ou criados para abate no Brasil, especialmente na região Nordeste.

Símbolo do Nordeste

Mais do que um animal de trabalho, o jumento é um símbolo da cultura nordestina. Presente no folclore popular, em músicas, cordéis e festas tradicionais, ele representou durante décadas a resistência do povo sertanejo frente às secas e dificuldades da região.

Essencial para transportar água, alimentos e pessoas, o jumento ajudou a construir a vida no campo e simboliza a força e a perseverança do Nordeste.

A população de jumentos caiu de 1,3 milhão, no início dos anos 2000, para menos de 100 mil atualmente. Um dos fatores dessa redução é a falta de políticas públicas eficazes e o abandono dos animais após a mecanização rural.

O caminho até o abate

Pesquisadores indicam que os abates ocorrem de forma acelerada e, em muitos casos, sem controle sanitário ou garantia de bem-estar animal. Denúncias frequentes relatam maus-tratos, transporte inadequado e irregularidades ambientais em matadouros voltados para a exportação.

O risco de extinção é real e imediato. Sem ações de contenção, a espécie pode desaparecer em poucos anos. A ausência de políticas específicas para o manejo sustentável dos jumentos e a fiscalização insuficiente agravaram a situação.

Organizações defensoras dos direitos dos animais pedem a paralisação imediata das exportações, a implementação de programas de conservação e a valorização do jumento como patrimônio nacional.




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