Israel pode esgotar sua capacidade de defesa aérea contra ataques de mísseis em um período entre 10 e 12 dias, se o Irã continuar lançando ataques no ritmo atual. Essa previsão veio do governo dos Estados Unidos.
A informação foi dada por um representante norte-americano ao jornal Washington Post, revelando as limitações da resposta israelense diante da intensificação do conflito com o Irã. Por outro lado, as forças de Teerã também parecem ter a capacidade ofensiva limitada após ataques a locais militares que os israelenses realizaram repetidamente.
Na quarta-feira, dia 18 de junho, o confronto entre os países completou seis dias, com ao menos 248 mortes — 244 delas em território iraniano. Os mísseis lançados pelo Irã, que eram frequentes no início do conflito, tornaram-se menos comuns com a redução dos estoques de ambos os lados.
Outra autoridade dos Estados Unidos disse ao Wall Street Journal que os EUA já estavam atentos às dificuldades israelenses e enviaram reforços por terra, mar e ar.
Porém, cresce a preocupação de que os próprios EUA estejam consumindo seus interceptadores. “Nem os EUA nem os israelenses podem ficar o dia inteiro apenas interceptando mísseis”, afirmou Tom Karako, diretor do Projeto de Defesa de Mísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, ao jornal.
Estoque iraniano
Segundo o Washington Post, a inteligência israelense estimava que o Irã possuía cerca de 2 mil mísseis capazes de alcançar até 1.993 milhas — distância suficiente para atingir Israel. Desde o início do conflito, na sexta-feira (13/6), os iranianos lançaram aproximadamente 400 projéteis.
De acordo com Tel Aviv, 120 desses mísseis foram interceptados, o que equivale a um terço do total. A força aérea de Israel afirma ter obtido superioridade aérea sobre a capital iraniana, o que pode diminuir os futuros ataques do Irã.
Apesar disso, os ataques continuam causando danos significativos. No primeiro dia da guerra, mísseis iranianos ultrapassaram a defesa e atingiram áreas centrais de Tel Aviv, chegando próximo ao quartel-general das Forças Armadas de Israel.
Em 15 de junho, uma refinaria próxima a Haifa foi atacada, e em 17 de junho, foram registrados impactos perto da sede da inteligência israelense ao norte de Tel Aviv.