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quinta-feira, 11/12/2025

Impactos do calor intenso em Belém na saúde e no futuro das pessoas

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Belém, que recebe a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), enfrenta temperaturas fora do comum que já não são apenas uma questão climática, mas um problema sério para a saúde da população. Em dias muito quentes, aumenta o número de mortes por doenças do coração e dos pulmões devido ao calor extremo.

Estudos mostram que Belém apresenta picos de calor úmido de até 31,5°C, combinando calor e umidade, o que prejudica a capacidade do corpo de se refrescar através do suor. Temperaturas acima de 29°C já são extremamente perigosas para a saúde.

A cidade, com 1,4 milhão de habitantes e alta densidade urbana, possui uma média de calor úmido de 28,2°C, considerada alta. Pessoas com problemas de saúde devem evitar esforço físico nos dias mais quentes.

O futuro do clima em Belém é preocupante. Cenários usados por cientistas indicam que a temperatura média poderá subir cerca de 4°C até o final do século, ultrapassando o limite acordado internacionalmente. Isso pode tornar o ar quente e úmido tão difícil de se respirar que a taxa de mortes pode crescer 40%.

Além disso, o aumento da temperatura favorece a propagação de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya. O número de casos na região Sudeste deve crescer significativamente nas próximas décadas.

Esses dados são coletados e organizados na plataforma MAIS, lançada pelo Hospital Israelita Einstein em Belém durante a COP30, que reúne informações climáticas, demográficas e de saúde para ajudar no entendimento e no enfrentamento desses desafios.

Sidney Klajner, presidente do Einstein, ressalta que o aumento do calor eleva os problemas no sistema cardiovascular, especialmente entre idosos.

Em agosto de 2024, as queimadas pioraram a qualidade do ar, aumentando em quase 200% a procura por atendimento médico para problemas respiratórios. Medidas preventivas e orientação à população podem ajudar a reduzir esses impactos.

O MAIS ajuda a tornar claros os riscos do clima para a saúde, transformando dados abstratos em informações locais, facilitando a tomada de medidas de prevenção.

Desigualdade social aumenta riscos

Em Belém, moradores das áreas mais pobres sofrem mais com o calor devido a casas sem ventilação adequada e sem ar-condicionado. A presença significativa de idosos e crianças, grupos mais sensíveis, aumenta o impacto do calor na saúde pública.

A falta de estações de monitoramento da qualidade do ar dificulta a avaliação precisa do efeito da poluição e do clima na saúde, mostrando a necessidade de investimentos em infraestrutura.

Experiências em cidades como Paris, Barcelona e Ahmedabad mostram que planos de calor com alertas à população vulnerável e centros de refrigeração pública salvam vidas. Essa pode ser uma solução para Belém também.

Sidney Klajner acredita que, com o tempo, será possível entender melhor como o clima afeta a saúde e antecipar riscos para preparar a população.

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