O principal índice da bolsa recuou 5% na semana e encerrou a sexta-feira em 105 mil pontos. Já o dólar disparou 4%, na maior alta semanal desde março de 2021
Ibovespa hoje: O principal índice da bolsa fechou a sexta-feira, 10, com queda de 1,5%, aos 105.481 pontos. O resultado de hoje marca uma desvalorização de 5,06% do Ibovespa na semana, a pior desde outubro de 2021. O dólar disparou para os R$ 4,99 e teve a maior semana de ganhos desde março do ano passado, com alta de 4,4%.
Dados da inflação americana voltaram a intensificar as preocupações do mercado nesta sexta-feira. Bolsas caíram no mundo todo, enquanto o dólar subiu ante moedas desenvolvidas e emergentes.
Ibovespa: – 1,51%, 105.481 pontos
Dólar: + 1,5%, R$ 4,99
Divulgado mais cedo, o Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) saltou 1% em maio ante consenso de 0,7% de alta. Na comparação anual, o CPI acelerou de 8,3% para 8,6% ante a expectativa de manutenção do patamar anterior. O núcleo do CPI também saiu acima do esperado, em 0,6% para o mês e 6% no acumulado de 12 meses.
A inflação mais forte que a projetada alimenta a tese de um aperto monetário mais duro pelo Federal Reserve. O rendimento do título do Tesouro com vencimento em dois anos dispara 13 pontos base nesta terça para acima 2,95%. O patamar é o mais alto desde novembro de 2018.
“A inflação ainda é muito alta e há probabilidade de que o Federal Reserve eleve as taxas de juro em um ritmo rápido, incluindo dois prováveis aumentos de 50 pontos-base”, disse Análise de Carlos Vaz, CEO e fundador da Conti Capital.
Mercado internacional
As bolsas americanas voltaram a sofrer perdas acima de 2% nesta sessão. Os índices de Nova York também acumulam queda próxima de 5% na semana. O índice Nasdaq, com empresas mais dependentes de juros baixos, é o que mais sofre, mas a tensão é generalizada nesta sexta. Na Europa, a bolsa de Milão chegou a despencar 5%, estendendo as perdas da véspera, quando o Banco Central Europeu revisou as expectativas de inflação para cima e de crescimento para baixo.
- S&P 500 (EUA): – 2,91%
- Nasdaq (EUA): – 3,52%
- FTSE MIB (Itália): – 5,17%
Destaques do Ibovespa
No mercado brasileiro, investidores também repercutem os dados de vendas do varejo de abril, que embora tenham saído melhores que o esperado, têm efeito limitado sobre as ações do setor, dado o cenário negativo criado pela expectativa de juros maiores nos EUA. A Americanas, por exemplo, teve a maior queda do Ibovespa.
- Americanas (AMER3): – 10,63%
Outro destaque negativo são as ações da Eletrobras (ELET3), que desabam em seu primeiro pregão após a precificação da oferta a R$ 42 na véspera. Os papéis da companhia sã negociados próximos de R$ 40. Na próxima segunda-feira, 13, a operação de follow-on que permitirá a saída da União do controle da companhia será concluída.
- Eletrobras (ELET3): – 6,59%
Das 93 ações do Ibovespa, apenas 11 ficaram no azul. O principal destaque positivo ficou com a Qualicorp (QUAL3), que ainda sobe na esteira da decisão do Superior Tribunal de Justiça que permitiu que as administradoras de planos cubram somente os medicamentos e tratamentos que fazem parte do rol da ANS, a Agência Nacional de Saúde Suplementar.
- Qualicorp (QUAL3): + 7,39%
Em seguida vieram os papéis da CSN Mineração (CMIN3), que, ao contrário da Vale (VALE3), conseguiram fechar a semana no azul, com ligeira alta de 1,3%. Nesta sexta-feira, a alta da CSN foi de quase 4%, e a Vale ficou praticamente estável. É importante lembrar que nos últimos dias o preço do minério de ferro passou por uma forte correção, após um rali forte motivado pela reabertura da economia chinesa.
- CSN Mineração (CMIN3): + 3,98%
- Vale (VALE3): + 0,02%.