Washington, 18 – O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, optou por manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano pela quarta reunião consecutiva, ignorando os pedidos do presidente Donald Trump por cortes. A decisão havia sido amplamente esperada pelos especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast.
Durante a reunião de política monetária, os 19 integrantes do Fed demonstraram visões divergentes para a taxa de juros em 2027, conforme revelado pelo gráfico de pontos. Cinco projeta uma taxa entre 3,75% e 4%, enquanto outros quatro acreditam em um intervalo entre 3,5% e 3,75%. Outros membros apresentaram diferentes expectativas, variando entre 2,5% e 4,25%.
Ao mesmo tempo, membros do Fed elevaram a projeção de inflação considerada mais precisa, que exclui alimentos e energia, para 3,1% até o fim do ano, um aumento em relação à previsão anterior de 2,8%. A inflação geral está próxima da meta de 2%, mas a subjacente permanece elevada, em torno de 2,5%, segundo analistas.
Antes da decisão, Trump criticou a autoridade monetária e até cogitou assumir ele próprio a liderança do Fed. Por sua vez, o presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que as tarifas impostas pelos EUA a parceiros comerciais tendem a elevar a inflação no curto prazo e ressaltou a necessidade de manter a credibilidade na política monetária para evitar problemas inflacionários persistentes.
Em relação à economia, o Fed revisou sua previsão de crescimento para este ano ao reduzir a taxa esperada de 1,7% para 1,4%, e prevê que o desemprego alcance 4,5%, acima do índice atual de 4,2%.
Trump voltou a pressionar por cortes nos juros e manifestou descontentamento com Powell, afirmando que este deverá deixá-lo quando sair do comando do Fed, para que ele possa agir de forma mais efetiva na redução das taxas.
Em 2017, Trump quebrou tradição ao substituir Janet Yellen por Jerome Powell, um advogado experiente e membro do conselho do Fed desde 2012.