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terça-feira, 24/06/2025




Falhas nos sistemas do INSS prejudicam atendimento

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Em Brasília

Funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relatam interrupções constantes nos sistemas da instituição. Segundo um levantamento conseguido pelo Metrópoles, as plataformas estiveram fora do ar por mais de 51 horas entre 22 de maio e 23 de junho.

Os dados técnicos indicam 51 horas e 17 minutos de instabilidade distribuídos ao longo de 23 dias úteis. A reportagem buscou posicionamento do INSS e da Dataprev e aguarda retorno.

A instabilidade dos sistemas apareceu após a divulgação de um esquema de cobranças irregulares de mensalidades associativas contra benefícios de segurados do INSS, caso revelado pelo Metrópoles.

Em março de 2024, foi mostrado, com base em informações obtidas via Lei de Acesso à Informação, que 29 entidades autorizadas a cobrar mensalidades associativas de aposentados tiveram um crescimento de 300% no faturamento em um ano, mesmo respondendo a mais de 60 mil processos por descontos indevidos.

A reportagem analisou vários processos em que as entidades foram condenadas por falsificar filiações de aposentados que desconheciam as entidades e começaram a sofrer descontos mensais de R$ 45 a R$ 77 em seus benefícios, antes mesmo do pagamento ser recebido.

Após a notícia, o INSS iniciou investigações internas, enquanto a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal deram início a uma investigação que resultou na Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quarta-feira. As reportagens também revelaram os empresários por trás das entidades acusadas de fraudar filiações para arrecadar milhões com descontos ilícitos. Depois das publicações, o diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi destituído do cargo.

Problemas nos sistemas

As quedas ocorreram em dias úteis e no horário normal de atendimento, afetando significativamente o atendimento ao público e o trabalho interno da autarquia. No dia 9 de junho, por exemplo, os sistemas do INSS ficaram inoperantes por mais de seis horas; falhas também ocorreram nas madrugadas dos dias 10 e 11 de junho.

“Trabalhar com sistemas instáveis é preocupante. Perdemos muito tempo parados na frente do computador, esperando a recuperação”, contou uma funcionária do INSS sob condição de anonimato.

Ela acrescentou que a instabilidade compromete a eficiência na garantia dos direitos: “Isso atrasa tudo, diminui a produtividade no reconhecimento dos direitos. Todos sofrem: servidores e a população”.

Sindicato denuncia falência digital

O Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul (Sindisprev RS) declarou que “o INSS enfrenta um quadro de falência digital”.

“Essas quedas, embora consideradas rotineiras pelos gestores, não são meras instabilidades técnicas: elas afetam diretamente a vida de milhões de brasileiros que dependem dos serviços previdenciários e sociais, atrasam o processamento dos benefícios e impedem a execução das tarefas básicas pelos servidores”, ressaltou o sindicato.

Os servidores pedem uma modernização da infraestrutura e sistemas estáveis no INSS para que o serviço público seja prestado com qualidade e respeito.

O sindicato também criticou a cobrança de metas em meio às quedas operacionais: “Cobrar resultados em um ambiente de instabilidade persistente é passar a responsabilidade do Estado aos funcionários da linha de frente — e prejudicar especialmente a população mais necessitada”.




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