FOLHAPRESS
O dólar registrava queda enquanto a Bolsa avançava nesta terça-feira (24), com investidores acompanhando atentamente as notícias sobre a trégua nos conflitos do Oriente Médio e observando a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC).
Às 11h33, o dólar mostrava desvalorização de 0,26%, cotado a R$ 5,489, acompanhando a baixa também observada no mercado internacional, onde o índice DXY, que avalia a força do dólar perante uma cesta de outras moedas, recuava 0,62%, para 97,78. Simultaneamente, a Bolsa subia 0,29%, alcançando 136.958 pontos, influenciada pela alta em Bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos.
Na segunda-feira (23), a moeda americana fechou em queda de 0,40%, cotada a R$ 5,504, acumulando redução anual de 10,92%. Já a Bolsa encerrou em baixa de 0,41%, com 136.550 pontos, pressionada pela Petrobras após as quedas nos preços do petróleo.
O cenário foi marcado pelo otimismo inicial com o acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã, porém o acordo demonstrou fragilidades ao ser violado por ambas as partes.
Após o fechamento do mercado na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma trégua de 24 horas depois de 12 dias de conflito. No entanto, pouco depois dele publicar a notícia, ataques foram relatados, aumentando as incertezas.
Trump manifestou insatisfação com as violações do acordo e teceu críticas, especialmente direcionadas a Israel. A instabilidade do cessar-fogo exige cautela para avaliar se haverá permanência da paz ou retomo das hostilidades.
Além das tensões geo-políticas, o foco dos investidores se volta para dados de inflação e declarações de autoridades monetárias tanto no Brasil quanto nos EUA nos próximos dias.
Nos Estados Unidos, destaque para os depoimentos do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso e para a divulgação do índice PCE de maio, que é o indicador preferido para medir a inflação pelo Fed.
O cenário internacional inclui também o término da pausa nas tarifas dos EUA previsto para julho, com negociações em andamento com Japão e a União Europeia, que podem influenciar os mercados.
Internamente, os investidores analisam a ata da recente reunião do Copom, que elevou a taxa Selic para 15% ao ano, manifestando a intenção de manutenção dos juros em patamar elevado por um período prolongado para conter a inflação.
O Banco Central enfatizou que a atividade econômica apresenta força, exigindo juros altos para cumprir a meta central de inflação de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, mirando especialmente o índice do fim de 2026.
Além disso, os olhos do mercado estarão nos números do IPCA-15 de junho, divulgado na quinta-feira (26), dado que indica tendências para o IPCA, com diferenças no período de coleta das informações entre os índices.
As oscilações recentes ocorreram em um contexto de nervosismo gerado pelo conflito entre Irã, Israel e o envolvimento dos EUA, que atacaram instalações nucleares iranianas, provocando uma resposta militar do Irã contra bases americanas na região.
As reações dos mercados globais foram diversas: Bolsas europeias e asiáticas fecharam em baixa diante do avanço americano, enquanto as americanas elevaram-se com a percepção de que os contra-ataques iranianos foram limitados.
No mercado cambial, a moeda americana perdeu valor frente a várias outras moedas, refletindo-se no índice DXY que caiu 0,34%, para 98,37 ao fechamento.
O conflito intensificou-se no fim de semana com ataques americanos a instalações nucleares iranianas; em resposta, o Irã lançou mísseis sobre bases americanas no Oriente Médio, que não causaram baixas.
Autoridades iranianas declararam que as ações não ameaçam seus vizinhos, e o Qatar, alvo dos mísseis, afirmou não ter sofrido danos e repudiou o ataque, confirmando prontidão para responder a qualquer ameaça.
Em meio a ataques mútuos, com escalada desde 13 de junho, Israel busca impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã, que responde com ataques aéreos e uso de drones, transformando a região em zona de conflito crítico.
Essa escalada gera incertezas para a inflação e crescimento global, com potenciais impactos nos mercados financeiros e nos preços do petróleo, sobretudo pelo risco de fechamento do estreito de Hormuz, importante rota marítima para petróleo e gás mundial.
Apesar de a rota ainda estar aberta, o petróleo sofreu forte queda, com o barril Brent caindo 8,87%, para US$ 70,18, e o WTI, referência dos EUA, recuando 10,34%, para US$ 67,26.
Na Bolsa brasileira, a queda do petróleo refletiu negativamente nas ações da Petrobras, que caíram entre 2,81% e 2,86%, influenciando o resultado negativo da sessão.
No exterior, apesar das quedas na Europa e Ásia, os principais índices americanos e chineses fecharam em alta, com o S&P 500 registrando ganho de 0,96%, Nasdaq subindo 0,94% e Dow Jones avançando 0,89%.