A Conferência de Mudanças Climáticas que está acontecendo este mês em Bonn, na Alemanha, serve como encontro preparatório para a Conferência das Partes, a COP30, marcada para novembro e realizada no Brasil, mais precisamente em Belém, no Pará. Esta edição da conferência tem a ambição de colocar em prática os acordos definidos nos últimos anos.
Para que isso ocorra, é necessária a disponibilização de recursos financeiros, conforme explica Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, em sua coluna na Rádio Eldorado. O aspecto financeiro tem sido a principal fonte de tensão nas discussões iniciadas em Bonn, que organizam os detalhes para a próxima COP, daqui a poucos meses.
Márcio Astrini ressaltou que a reunião iniciou com dificuldades, citando que o resultado da última COP foi negativo e que o tema do financiamento, essencial para as negociações climáticas, continua sem solução desde a COP29, que ocorreu em Baku.
Ele destaca que a implementação de medidas ambientais exige um grande investimento, especialmente em nações em desenvolvimento, como o Brasil, que precisa intensificar seus esforços para reduzir impactos ambientais e adotar tecnologias mais limpas. A transição para fontes de energia renováveis requer muito capital, e os fundos prometidos não foram disponibilizados na última conferência.
Além disso, o contexto global de conflitos, como as tensões entre Israel e Irã, e recentes ataques militares envolvendo os Estados Unidos, também tem influenciado negativamente as negociações. Márcio Astrini observa que a atmosfera de disputa e guerra se reflete nas salas de negociação, embora os encontros continuem acontecendo.
Outro desafio discutido em Bonn foi a questão da infraestrutura para receber os participantes da COP30. A menos de cinco meses da conferência, o governo brasileiro ainda não garantiu soluções adequadas para acomodar o público esperado. Isso tem gerado preocupação entre os países, que ameaçam não enviar delegações caso o problema persista.