O exame de PSA, que é o marcador mais usado para identificar o câncer de próstata cedo, pode ajudar a salvar vidas, mesmo não sendo um diagnóstico definitivo. Um estudo longo observou 162 mil homens por 23 anos e mostrou que quem fez o exame regularmente teve 13% menos mortes por câncer de próstata do que quem não fez.
Segundo o urologista Ariê Carneiro, coordenador da pós-graduação em Cirurgia Robótica em Urologia no Einstein Hospital Israelita, o estudo começou em 1993, quando muitas tecnologias modernas ainda não existiam, então os benefícios hoje podem ser ainda maiores.
Especialistas recomendam que homens a partir dos 50 anos façam o rastreamento anual, e aqueles com familiares com câncer de próstata, negros ou com mutações genéticas devem começar mais cedo, entre 40 e 45 anos. No Brasil, infelizmente, muitos casos são descobertos tardiamente, tornando o tratamento mais difícil.
Importância do acompanhamento
Um PSA alto não significa necessariamente câncer maligno, e pode levar a exames desnecessários. O exame de toque retal, que era comum para detectar essa doença, agora é reservado para casos específicos. O essencial é visitar o médico com frequência para monitorar a saúde da próstata.
O diagnóstico precoce permite tratamentos menos agressivos e, em alguns casos, pode até dispensar tratamentos ativos. Infelizmente, no Brasil, muitos homens não fazem o acompanhamento adequado, o que resulta em muitas descobertas em estágios avançados.
O futuro do rastreamento
Novas técnicas surgem para tornar o rastreamento mais seletivo e menos invasivo, usando biomarcadores urinários e genéticos para identificar quem realmente precisa fazer o exame. Essas tecnologias ajudam a diferenciar tumores agressivos de lesões que podem só ser observadas, evitando biópsias frequentes e desconfortáveis.
Ariê Carneiro destaca que o futuro será a seleção mais precisa de quem deve ser rastreado e tratado, com diagnósticos mais simples e baratos, aliado a tratamentos avançados como a cirurgia robótica, melhorando a qualidade de vida e a sobrevivência dos pacientes.
