O advogado José Lima, representante do ex-candidato a vice-presidente Walter Souza Braga Netto, declarou que Mauro Cid tem mentido constantemente. Esta afirmação foi feita após o confronto de depoimentos entre o ex-assistente de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general, que está preso desde dezembro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Conhecido como Juca, o advogado enfatizou que durante a acareação, Cid foi rotulado como mentiroso e que acabou abaixando a cabeça em constrangimento.
Essa foi a primeira vez que Braga Netto e Mauro Cid se enfrentaram na ação penal que investiga uma suposta conspiração para tentar manter Bolsonaro no poder. Ambos são acusados de cinco crimes e fazem parte do núcleo principal da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Ele mente o tempo todo. Uma pessoa que já deu dez depoimentos e mente em todos. Ficou visivelmente desconfortável, com a cabeça baixa”, afirmou o advogado.
Juca ainda destacou as contradições claras nas declarações do delator e pretende pedir novamente a anulação da delação premiada. A acareação entre os dois durou cerca de duas horas, presidida pelo ministro Alexandre de Moraes. Participaram também o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Acareação e divergências
Essa etapa foi solicitada pelas defesas de Braga Netto e do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, para esclarecer pontos contraditórios nas declarações e investigações da ação penal.
Na delação, Mauro Cid afirmou que participou de uma reunião com o general para discutir o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. Também disse que Braga Netto entregou dinheiro a ele para repassar ao major De Oliveira, com o intuito de financiar as ações do plano.
A defesa de Braga Netto, porém, contesta totalmente essas acusações, ressaltando que Cid, como delator, não apresentou evidências que comprovem as alegações contra o general. Esta será uma das questões centrais na acareação.