Juliana Marins, uma jovem brasileira de Niterói (RJ) com 26 anos, foi encontrada sem vida após passar quatro dias aguardando socorro. Seu corpo foi recuperado após uma operação de mais de sete horas. Este fato levanta questões sobre o procedimento de transporte internacional de corpos, como no caso dela.
Este procedimento exige uma coordenação cuidadosa entre autoridades consulares, funerárias especializadas e o cumprimento de normas sanitárias rigorosas. O governo do Brasil não cobre os custos desse tipo de traslado, conforme informado pelo Itamaraty; portanto, as despesas são responsabilidade da família da falecida.
A especialista em medicina legal, Caroline Daitx, explica que a fase mais crítica do processo é a tanatopraxia, uma técnica necessária para a conservação do corpo exigida pela maioria dos países para o transporte de restos mortais. Essa técnica não é apenas estética, mas uma exigência sanitária para garantir a segurança durante o transporte aéreo e cumprir as leis internacionais.
Juliana Marins sofreu um acidente ao escorregar durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, onde fazia um mochilão pela Ásia. Ela ficou isolada a cerca de 300 metros do grupo até ser localizada. Embora tenham sido divulgadas informações sobre um salvamento, a família desmentiu esses relatos, confirmando que as condições climáticas adversas impediram o resgate por alguns dias.
O corpo precisa passar por um preparo rigoroso, incluindo higienização, aplicação de conservantes e geralmente ser colocado em caixões metálicos selados e depois em urnas de madeira lacradas. Além disso, o traslado requer documentos específicos como a certidão de óbito válida no país de origem, atestado de embalsamamento, laudo sanitário, documentos consulares e registros alfandegários.
As regras podem variar entre os países, e erros na documentação podem atrasar o processo por dias ou semanas. O Brasil, por ser signatário da Convenção de Genebra, tem parte do processo consular facilitada, mas a burocracia ainda é significativa.
Caroline Daitx destaca a importância de contar com profissionais e empresas especializadas para lidar com as questões logísticas, culturais e de respeito ao luto, garantindo que o transporte internacional seja realizado com dignidade, mesmo diante da distância.