O compromisso financeiro da maior empresa de mídia social do mundo é o de construir um ambiente virtual explorável, e ocorre no momento em que enfrenta documentos vazados pela ex-funcionária Frances Haugen
Se o Facebook até então só cambaleava na reputação de sua imagem pública, o balanço trimestral apresentado nesta segunda-feira, 25, mostra que o negócio liderado por Mark Zuckerberg está, aos poucos, sentindo as consequências no próprio bolso.
A começar pelo alerta da própria empresa, que divulgou que as novas regras de privacidade da Apple pesarão na renda da empresa no próximo período, a receita de julho, agosto e setembro, abaixo da previsão do mercado, dão um prévia do que pode enfrentar o Facebook.
Os resultados de hoje mostram que a marca teve uma receita de 29 bilhões de dólares, aumento de 35% na comparação com o mesmo período de 2020. A gigante da tecnologia registrou uma receita de 28,2 bilhões de dólares com anúncios, um aumento de 33% na comparação com o ano passado. Mas analistas previam receita de 34,84 bilhões, um salto de 24,1% sobre um ano antes, de acordo com dados da Refinitiv.
E além dos resultados fiscais, o Facebook também registrou um aumento no número de usuários. No trimestre encerrado em setembro, a rede social registrou 1,93 bilhão de usuários ativos diários, 6% a mais na comparação com o ano passado.
Contudo, o diretor financeiro, David Wehner, também disse que o Facebook espera que o investimento da empresa na divisão de hardware, Facebook Reality Labs, reduza o lucro operacional geral em 2021 em aproximadamente 10 bilhões de dólares.
O compromisso financeiro da maior empresa de mídia social do mundo para construir o que chama de “metaverso” ocorre no momento em que a empresa é inundada pela cobertura jornalística de documentos vazados pela ex-funcionária e denunciante Frances Haugen, que disse que a empresa escolheu o lucro em vez da segurança do usuário.
O CEO Mark Zuckerberg disse que o Facebook nos próximos anos será visto como uma empresa de “metaverso” em vez de uma companhia de mídia social, já que faz uma série de investimentos para expandir a tecnologia.
O metaverso, um termo cunhado pela primeira vez em um romance distópico três décadas atrás, atraiu muita atenção no Vale do Silício. O termo refere-se amplamente a um ambiente virtual compartilhado que pode ser acessado por pessoas usando diferentes dispositivos.
O Facebook, que investiu pesadamente em realidade virtual e realidade aumentada, incluindo a compra de empresas como a Oculus, este ano criou uma equipe para trabalhar no metaverso. Este mês, a companhia disse que planeja contratar 10 mil funcionários na Europa nos próximos cinco anos para trabalhar nesta iniciativa.