Companhia diz não ver oportunidades no mercado e afirma que excesso de caixa por venda bilionária pode ser melhor rentabilizado fora da empresa
A BR Properties (BRPR3) pretende realizar uma redução de capital de R$ 1,125 bilhão por considerá-lo “excessivo”. A proposta prevê restituição aos acionistas de R$ 2,423 por ação, o equivalente a 27,7% da cotação do último fechamento. A operação deve ir a votação em Assembleia Geral Extraordinária prevista para o próximo dia 28.
A proposta de redução de capital ocorre como consequência da venda de mais de 50% dos ativos da companhia acordada no primeiro semestre com fundos imobiliários da Brookfield. A empresa receberá R$ 5,922 bilhões por 12 edifícios, tendo entre eles o Glória, Manchete, Ventura, Panamérica Green Park e Parque da Cidade. O pagamento será realizado 70% no fechamento da aquisição e o restante em 12 meses.
A decisão pela venda dos imóveis, de acordo com a BR Properties, considerou o desconto de 40% do preço das ações em relação ao valor líquido dos ativos da companhia. Ou seja, a companhia estava valendo menos do que a soma do valor de seus ativos, já considerando o pagamento da dívida.
O fechamento da operação e o pagamento da primeira parcela, previstos para o fim deste mês, é uma condicionante para o plano de redução de capital, segundo a BR Properties.
A decisão de devolver o dinheiro aos acionistas em vez de reinvestí-lo leva em consideração o momento de poucas oportunidades de aquisição, disse a BR Properties. “Desde a data da assinatura dos CCVs [contratos de compra e venda], os cenários local e estrangeiro se deterioram de forma contínua.”
“[Por] não vislumbrando novos investimentos no curto prazo que possam gerar retornos atraentes (…), a companhia entende que uma vez concluídas as operações, o capital social da companhia se tornará excessivo, sendo necessário readequar a sua estrutura de capital, de modo que o caixa em excesso possa ser melhor rentabilizado por cada um de seus acionistas”, afirmou a BR Properties.
O dinheiro arrecadado também será utilizado para amortizar todas as emissões de dívida, tornando sua posição de dívida líquida em caixa líquido.