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sábado, 13/12/2025

Ativista Iraniana e Nobel da Paz é Presa Novamente

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As forças de segurança do Irã detiveram nesta sexta-feira (12/12) Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023 e conhecida ativista dos direitos das mulheres.

Ela foi presa junto a outros ativistas durante uma cerimônia em homenagem ao advogado Khosrow Alikordi, cujo falecimento ocorreu recentemente em circunstâncias suspeitas em seu escritório, conforme divulgado no perfil da fundação que leva o nome da ativista nas redes sociais.

Mohammadi, que tem 53 anos, havia recebido autorização para saída temporária da prisão até dezembro de 2024. Detida desde 2021, tem cumprido pena na prisão de Evin, em Teerã, e já fora condenada seis vezes a um total superior a 30 anos de prisão, além de 154 chibatadas e outras punições. Desde o final da década de 1990, contabiliza pelo menos 13 detenções.

Em postagem na rede X, o marido de Mohammadi, Taghi Rahmani, residente em Paris, confirmou a prisão ocorrida em Mashhad, no leste do país, ao lado da também destacada ativista Sepideh Gholian.

Alikordi, de 45 anos, era um advogado que representava pessoas envolvidas nas repressões aos protestos que varreram o Irã em 2022. Seu corpo foi encontrado no dia 5 de dezembro e organizações de direitos humanos solicitaram uma investigação rigorosa, apontando suspeitas graves de assassinato pelo Estado, conforme comunicado da ONG Iran Human Rights, baseada na Noruega.

Imagens divulgadas pela agência americana Hrana mostram Mohammadi sem o véu obrigatório para mulheres na República Islâmica, participando do evento ao lado de numerosos apoiadores de Alikordi. Eles entoavam frases como “viva o Irã”, “lutamos, morremos, não aceitamos humilhação” e “morte ao ditador” durante a cerimônia tradicional islâmica realizada após sete dias da morte do advogado.

Vídeos transmitidos por canais persas fora do Irã exibem a ativista ascendendo a um veículo munida de um microfone, encorajando a multidão a gritar os slogans de resistência.

Narges Mohammadi não vê seus filhos gêmeos desde 11 anos. Eles receberam o Nobel em Oslo em seu nome em 2023. Em mensagem recente, para o aniversário de 19 anos dos garotos, afirmou estar proibida permanentemente de deixar o país.

Compromisso com a Luta pelos Direitos

Apesar das prisões e punições, Mohammadi mantém postura firme, recusando-se a usar o véu obrigatório, discursando internacionalmente via videoconferência e dialogando com ativistas dentro do Irã.

Ela também prevê a queda do regime clerical que governa o Irã desde a revolução islâmica de 1979.

A ativista sobreviveu a diversos ataques cardíacos e passou por cirurgia de emergência em 2022, segundo seus apoiadores. Recentemente, seus advogados comunicaram o diagnóstico de uma possível lesão óssea cancerígena, que foi tratada cirurgicamente.

Mesmo encarcerada, Mohammadi continua denunciando abusos de direitos humanos no Irã, como a pena de morte e a violência contra mulheres que desobedecem as regras do véu islâmico.

O Comitê Nobel da Noruega reconheceu seu trabalho em 2023 pela luta contra a opressão das mulheres e pela promoção dos direitos humanos e liberdades em sua nação.

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