O fundo será voltado para startups que querem ajudar pequenas empresas a digitalizar suas operações
Nesta quinta-feira (15), a Amazon anunciou um fundo de risco de 250 milhões de dólares (por volta de 1 bilhão e 400 mil reais) para investir em startups e empreendedores da Índia.
O fundo, intitulado de Amazon Smbhav Venture Fund, focará investimentos em startups que querem ajudar pequenas empresas a digitalizar suas operações. As áreas de saúde e agrotecnologia são um foco para o fundo de risco, mas a Amazon afirma que também irá considerar startups de tecnologia de outros setores, caso elas tenham relação com pequenas e médias empresas (PMEs).
No setor de agrotecnologia, a Amazon quer investir em startups que proveem insumos agrícolas mais acessíveis para agricultores, além de fornecer crédito e seguro rural. Redução de desperdício de alimentos e melhora na qualidade dos produtos também são fatores levados em conta.
Já no setor de saúde, a gigante de tecnologia quer investir em companhias que trabalham com telemedicina e tratamento com base em Inteligência Artificial (IA).
A Amazon não é a única que concentra parte dos seus investimentos em startups indianas. Vários gigantes internacionais de tecnologia como Google, Facebook e Microsoft, já fizeram o mesmo nos últimos anos.
O anúncio foi feito no evento anual da Amazon, chamado Smbhav, que se concentra em PMEs baseadas na Índia. Durante o evento, a empresa revelou uma iniciativa para colocar 50.000 artesãos, tecelões e pequenas empresas da região Nordeste indiana até 2025, com foco no aumento de exportações de commodities como chá, especiarias e mel da região.
Na primeira edição do evento em 2020, a Amazon anunciou um investimento de 1 bilhão de dólares para digitalizar 10 milhões de PMEs indianas. Desde janeiro de 2020, a companhia afirma que criou 300.000 empregos na Índia e possibilitou exportações de bens indianos no valor de 3 bilhões de dólares. No total, a Amazon já investiu mais de 6,5 bilhões de dólares em seus próprios negócios na Índia.
Porém, um grupo de comerciantes indianos, chamado Nova Delhi, que representa dezenas de milhões de varejistas com lojas físicas, argumentam que a Amazon deu tratamento preferencial a um pequeno grupo de vendedores no país e os usou para contornar regras de investimento estrangeiro.
A Confederação de Todos os Comerciantes da Índia (CAIT) “exigiu” ação séria do governo indiano contra a Amazon após revelações feitas em uma matéria da Reuters. “Por anos, o CAIT tem sustentado que a Amazon tem contornado as leis de IED [Investimento Estrangeiro Direto] da Índia para conduzir o comércio injusto e antiético”, disse o documento.