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sábado, 21/06/2025




Vida diária dos iranianos sob ataques israelenses

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O governo iraniano anunciou que o metrô de Teerã funcionaria continuamente para proteger a população, porém essa medida não foi adotada. No dia seguinte, as estações permaneciam fechadas. Vahid relata que o metrô já está geralmente sobrecarregado e atrasado, e as poucas linhas disponíveis mal atendem aos bairros mais distantes.

Nas redes sociais, os moradores trocam informações sobre segurança e oferecem abrigo gratuito a quem perdeu a residência ou teve que fugir. Diferente de Israel, o Irã não possui abrigos antimísseis acessíveis em todos os bairros nem estruturas comuns em prédios residenciais.

Um usuário da rede X divulgou quatro abrigos subterrâneos em Teerã, além de mencionar cerca de 290 abrigos construídos durante a guerra Irã-Iraque (1980-1988), desconhecidos da maioria dos moradores.

O país carece de sirenes que alertem antes dos ataques aéreos, causando sensação de abandono entre os iranianos. Mesmo com discursos rígidos contra Israel, o governo não mostra uma mobilização eficaz para proteger civis. Reza, que cuida de sua mãe idosa em Teerã, comenta que aviões israelenses frequentemente sobrevoam o país como se fosse território deles.

Após seis dias de conflito, fontes não governamentais relatam 639 mortos e 1.329 feridos no Irã; números oficiais são menores, com 224 mortos e mais de mil feridos.

Crise energética

Quem tenta sair da capital enfrenta longas filas e escassez de combustível. A situação prejudica o transporte, especialmente de alimentos. Os bombardeios a instalações de gás e petróleo complicam a já precária situação de eletricidade, ameaçando a saúde pública devido à falta de energia e água, além do risco em instalações nucleares.

Nos últimos dias, a moeda nacional desvalorizou-se e os preços subiram. Reza observa que as pessoas, temerosas, preferem trocar dinheiro por ouro ou moedas estrangeiras, mas a maioria das casas de câmbio está fechada.

Desde 16 de junho, o bazar de Teerã, o principal centro econômico do país, está fechado. Reza relata o deserto das ruas e lojas normalmente movimentadas, mostrando o impacto econômico da crise.

A economia está praticamente parada. O banco estatal Sepah foi alvo de um ataque cibernético israelense, fazendo com que os cartões bancários não funcionem, conforme a jornalista e ativista Nazila Maroofian, exilada na França.

Vahid acredita que, embora o governo não tenha abandonado a população, é incapaz de oferecer proteção frente às forças desiguais envolvidas no conflito.

Isolamento e repressão

Desde o dia 18, os iranianos enfrentam dificuldades para comunicar-se com familiares no exterior, devido ao bloqueio total da internet, segundo o site NetBlocks. Afsaneh Salari, de Berlim, explica que o regime quer controlar a circulação de informações, deixando a população ainda mais vulnerável enquanto reprime opositores.

O jornalista Ali Pakzad, do jornal reformista Shargh, foi preso por tentar divulgar informações sobre os ataques na televisão estatal; foi libertado, mas outras prisões ocorreram, como a de Sajad Mashhadi Hemmatabi, detido e mantido em local desconhecido.

A ativista Motahareh Goonehi, recém-libertada, foi presa novamente em 14 de junho. O rapper Toomaj Salehi, condenado à morte por participar do movimento “Mulher, Vida, Liberdade” em 2022 e posteriormente libertado, também foi detido e liberado horas depois.

Pela mesma ocasião, a polícia de Teerã anunciou prisões de 24 pessoas acusadas de espionagem para Israel e de tentar desestabilizar a imagem do regime iraniano.




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