Situação é mais grave no caso da vacina tetra viral, com cobertura de 1,3%; e da segunda dose da tríplice viral, com 56,4%. Imunizante contra gripe está liberado para todos os públicos.
Gripe, sarampo, febre amarela e hepatite são algumas das doenças que podem ser evitadas com vacinas – todas disponíveis, de graça, no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, a cobertura vacinal, ou seja, a quantidade de pessoas que receberam os imunizantes oferecidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), está abaixo do esperado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
Segundo a pasta, pelo menos 12 campanhas de imunização infantil estão com procura abaixo da meta. Dados referentes ao primeiro quadrimestre do ano indicam que, no caso da tetra viral, a cobertura está em 1,3%. Já da tríplice viral, 56,4%. O objetivo é imunizar 95% do público-alvo.
Os imunizantes contra 19 doenças (veja lista abaixo) estão disponíveis em dezenas de salas de vacinação na capital. Os endereços podem ser conferidos no link.
A SES-DF também liberou a aplicação da proteção contra a gripe em todos os públicos, por conta da pouca procura. Ao todo, 99 postos oferecem as doses (veja aqui os endereços).
Baixa cobertura
Outra campanha que está abaixo do esperado é a de vacinação contra a poliomielite, doença que causa paralisia infantil. Nos primeiros quatro meses deste ano, apenas 78,2% dos nascidos no DF receberam a vacina. A meta é imunizar, com duas doses, 95% do público-alvo, formado por bebês com dois e quatro meses de vida.
Já a vacina contra a gripe alcançou apenas 64,1% dos idosos e 62,1% das gestantes, de 12 de abril, quando a campanha teve início, até 5 de julho. O objetivo da Secretária de Saúde (SES-DF) era vacinar, pelo menos, 90% das pessoas que fazem parte do grupo prioritário.
“Existe uma corrida em busca da vacina contra a Covid-19, mas as pessoas não podem esquecer que outras doenças que são prevenidas com vacinas também possuem potencial de levar a complicações, internações e óbito, como já levaram no passado e muitas inclusive já foram causa de epidemias e pandemias”, lembra a enfermeira Fernanda Ledes, da área de imunização da SES-DF.
Veja abaixo a cobertura vacinal do calendário infantil no DF:
Cobertura vacinal no DF, no 1º quadrimestre de 2021
BCG | 95,7% |
Rotavírus | 78,2% |
Meningo C | 80,8% |
Poliomielite | 78,2% |
Pentavalente | 78,3% |
Pneumo 10-V | 81,4% |
Tríplice viral | 88,3% |
Tetra viral | 1,3% |
Hepatite A | 78,6% |
Hepatite B | 78,7% |
Febre amarela | 79,9% |
Hep B < 31 dias | 77,4% |
Tríplice viral D2 | 56,4% |
Varicela | 76,1% |
Quais vacinas estão disponíveis?
A orientação é que, do bebê ao adulto, todas as pessoas tomem as vacinas necessárias na idade e com as doses recomendadas. Para receber um imunizante, basta ir a uma UBS e apresentar um documento de identificação e o cartão de vacinação.
Caso não tenha o documento com as vacinas já tomadas, um outro cartão será fornecido após a atualização.
Veja a lista de vacinas disponíveis na rede pública do DF e quem pode tomar:
- Vacina BCG: administrar o mais precocemente possível, a partir de 2 Kg. Na rotina dos serviços administrar até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
- Vacina hepatite B: administrar preferencialmente nas primeiras 12 horas de nascimento, ou na primeira visita ao serviço de saúde. Crianças menores de 7 anos, ver recomendação da vacina penta. A partir de 7 anos, administrar 3 doses (0, 1 e 6 meses) considerando situação vacinal. Gestantes em qualquer faixa etária e idade gestacional, administrar 03 doses (0, 1 e 6 meses) considerando situação vacinal.
- Vacina penta (DTP/Hib/Hepatite B): administrar aos 2, 4 e 6 meses de idade. Pode ser administrada até 6 anos 11 meses e 29 dias. Intervalo entre as doses é de 60 dias e mínimo de 30 dias. Reforços: 15 meses (1º) e 4 anos (2º) com a vacina DTP.
- Vacina poliomielite (VIP): administrar aos 2, 4 e 6 meses de idade. Intervalo entre as doses de 60 dias e mínimo de 30 dias.
- Vacina rotavírus: administrar 2 doses (2 e 4 meses). Primeira dose a partir de 1 mês e 15 dias até 3 meses e 15 dias. Segunda dose a partir de 3 meses e 15 dias até 7 meses e 29 dias. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. Não administrar 2ª dose sem ter administrado a 1ª dose. Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacinação não repetir a dose.
- Vacina pneumocócica 10: administrar 2 doses, aos 2 e 4 meses de idade. O intervalo entre as doses é de 60 dias, mínimo de 30 dias. Reforço: 12 meses de idade, podendo ser administrado até 4 anos, 11 meses e 29 dias. Crianças de 12 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias não vacinadas, administrar dose única.
- Vacina meningocócica C: administrar 2 doses aos 3 e 5 meses de idade. O intervalo entre as doses é de 60 dias, mínimo de 30 dias. Reforço: 12 meses; pode ser administrado até os 4 anos, 11 meses e 29 dias. Crianças de 12 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias não vacinadas, administrar dose única.
- Vacina febre amarela: administrar uma dose aos 9 meses de idade e um reforço aos 4 anos. Pessoas de 5 a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovação vacinal, administrar dose única. Contraindicada para gestantes e deve ser adiada em mulheres que estão amamentando até o 6º mês de vida da criança. Indivíduos a partir de 60 anos: avaliar o risco da doença e benefício da vacina.
- Vacina tríplice viral: administrar 1 dose aos 12 meses e a segunda dose aos 15 meses de idade com a vacina tetra viral. Indivíduos de 1 a 29 anos devem ter 2 doses; indivíduos de 30 a 59 anos de idade devem ter 1 dose; profissionais de saúde independentemente da idade devem ter 2 doses. Contraindicada para gestantes. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.
- Vacina poliomielite oral: administrar 2 gotas aos 15 meses (1º reforço) e aos 4 anos de idade (2º reforço). Administrar o 1º reforço a partir de 6 meses da conclusão do esquema básico. O intervalo mínimo entre os reforços é de 6 meses. Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacinação não está mais indicado repetir a dose, considerar vacinado.
- Vacina tetra viral: administrar 1 dose aos 15 meses de idade em crianças que já tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral. Pode ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
- Vacina hepatite A: administrar dose única aos 15 meses de idade. Pode ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
- Vacina varicela: administrar 1 dose de 4 a 6 anos, 11 meses e 29 dias. Toda criança até 6 anos, 11 meses e 29 dias deve ter 2 doses de vacina com o componente varicela, sendo o intervalo mínimo entre as doses de 30 dias. Profissionais de saúde não vacinados e que trabalham na área assistencial, especialmente em contato com pessoas imunodeprimidas e os da área de pediatria devem receber uma ou duas doses de vacina varicela (atenuada), a depender do laboratório produtor.
- Vacina HPV: administrar 2 doses (0 e 6 meses) em meninas de 9 anos a 14 anos, 11 meses e 29 dias E meninos de 11 anos a 14 anos, 11 meses e 29 dias. Intervalo mínimo entre as doses é de 6 meses. O prazo máximo para conclusão do esquema iniciado é de 12 meses.
- Vacina Meningocócica ACWY: administrar 1 dose nos adolescentes de 11 e 12 anos, mesmo que já tenham recebido a vacina meningocócica C anteriormente (intervalo mínimo 30 dias entre as doses).
- Vacina dupla adulto (dT): a partir de 7 anos, administrar 3 doses (0, 2 e 4 meses) considerando situação vacinal. O intervalo entre as doses é de 60 dias, mínimo de 30 dias. Vacinados anteriormente com 3 doses de vacina com componentes difteria e tétano: administrar reforço a cada 10 anos, após a data da última dose.
- Vacina dTpa (adulto): administrar 1 dose a partir da 20ª semana de gestação. Deve ser administrada a cada gestação. Mulheres que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gravidez devem receber 1 dose da vacina dTpa no puerpério (até 45 dias após o parto). Administrar uma dose de dTpa para todos os profissionais de saúde, considerando o histórico vacinal de difteria/tétano.
- Vacina influenza: administrar dose anual por ocasião da Campanha Nacional de Vacinação para grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.
- Vacina pneumocócica 23: administrar 1 dose nos indivíduos a partir de 60 anos acamados e/ou que vivem em instituições fechadas (asilos, hospitais e casas de repouso). Administrar 1 dose adicional a partir de 5 anos da dose inicial.