As culturas que têm uma terceira safra, como milho e feijão, estão com as lavouras em fase desde florescimento até o fim da colheita
A produção nacional de grãos na safra 2020/21 deve atingir 252,3 milhões de toneladas, uma redução de 1,8% sobre a safra passada 2019/20, que foi de 257,01 milhões de t. Na comparação com a pesquisa anterior, de agosto, a safra 2020/21 é 0,7% menos (menos 1,67 milhão de t), conforme mostra o 12º e último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 9. A partir de outubro, a estatal reinicia o ciclo e passa a calcular os números da próxima colheita 2021/22 no País, explica a Conab, em comunicado.
As áreas das culturas de primeira safra estão totalmente colhidas, as de segunda safra em fase final de colheita. As culturas que têm uma terceira safra, como milho e feijão, estão com as lavouras em fase desde florescimento até o fim da colheita. As culturas de inverno, como trigo, estão em fase inicial de colheita, que será intensificada a partir deste mês.
No caso do milho, a produção total é de 85,75 milhões de toneladas, volume 16,4% menor que em 2019/20, quando fechou em 102,5 milhões de toneladas. A primeira safra está com a colheita finalizada (queda de 3,7%, para 24,74 milhões de t ante 2019/20). A segunda safra, com 86,9% concluída até o fim de agosto, deve ser de 54,47 milhões de t (menos 20,8%). Para a terceira safra, situada na região do Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), além dos cultivos em Pernambuco e Roraima, as fases das lavouras variam desde a fase vegetativa até as operações de colheita. A previsão é de colheita de 1,53 milhão de t, queda de 16,8% ante 2019/20.
A produção de soja foi a que equilibrou mais os números totais da safra, com uma produção recorde estimada em 135,9 milhões de toneladas, aumento de 8,9% em relação à safra 2019/20. O levantamento feito pela Companhia mostra que a colheita está praticamente finalizada, restando a produção de Roraima e Alagoas, que representam pouco mais de 0,1% do volume nacional.
Em relação ao feijão, cultura também bastante atingida pelas intempéries climáticas, as atenções estão voltadas para a cultura de terceira safra, que se encontram em fase final de colheita. A produção total é estimada em 2,86 milhões de toneladas, 11,4% menor que a obtida na safra 2019/20, com impacto da seca nas principais regiões produtoras. Dessa produção, 1,7 milhão de toneladas são de feijão comum cores, 483,7 mil toneladas de feijão comum preto e 625,2 mil toneladas de feijão caupi.
Outra cultura com número positivo é o arroz, que nesta safra tem produção estimada em 11,75 milhões de toneladas, 5% superior ao volume produzido na temporada anterior. Desse total, 10,8 milhões de toneladas são cultivadas com irrigado e 921 mil toneladas em áreas de plantio de sequeiro. A colheita da safra 2020/21 já foi concluída no país, e alguns estados produtores iniciaram o plantio da safra 2021/22.
O algodão teve redução nesta safra, com a produção estimada em 2,36 milhões de toneladas de pluma, 21,5% inferior à safra passada. Mas a queda esteve mais relacionada à diminuição da área plantada do que com as condições climáticas, que de modo geral até favoreceram o bom desenvolvimento dessas lavouras.
Já para as culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale), projeta-se um incremento de 13,1% na área plantada. Destaque para o trigo, que apresenta um expressivo crescimento na área de 14,9%, situando-se em 2,69 milhões de hectares. A estimativa atual é de uma produção de 8,15 milhões de toneladas, a depender das condições climáticas até outubro.