O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (25) que as instalações nucleares do Irã foram completamente destruídas pelos ataques dos Estados Unidos, resultando em um retrocesso de décadas no programa nuclear de Teerã. No entanto, Israel sinalizou que ainda é prematuro avaliar o impacto total dos danos.
Como parte da campanha militar israelense que começou em 13 de junho, Trump ordenou ataques no domingo contra três instalações nucleares estratégicas no Irã: Natanz, Fordo — localizada em grande profundidade sob uma montanha — e Isfahan.
O objetivo, tanto dos EUA quanto de Israel, era desmantelar o programa nuclear iraniano, que as potências ocidentais suspeitam visar o desenvolvimento de armamento atômico, apesar das negações de Teerã.
Em Haia, onde participou da cúpula da Otan, Trump declarou: “Acredito que as instalações nucleares do Irã foram totalmente destruídas. Não construirão bombas por muito tempo.” Ele ressaltou que o programa nuclear do Irã recuou décadas.
O porta-voz da chancelaria iraniana, Esmail Baqai, admitiu que as instalações nucleares sofreram danos graves devido a repetidos ataques israelenses e americanos.
Na terça-feira, um relatório preliminar da inteligência americana indicou que os ataques atrasaram o programa nuclear em alguns meses, mas não o destruíram completamente. Segundo este informe, as centrífugas e reservas de urânio enriquecido não foram totalmente eliminadas, e as instalações subterrâneas continuam intactas.
O porta-voz militar israelense, Effie Defrin, declarou que esses ataques deram um golpe significativo e atrasaram o programa em vários anos, mas alertou que ainda é cedo para avaliar completamente os resultados.
Trégua frágil entre Irã e Israel
Trump avaliou que a trégua recente entre Irã e Israel está funcionando, destacando o cansaço de ambos os países após intensos conflitos.
Os confrontos mais recentes causaram centenas de mortes e milhares de feridos no Irã, enquanto em Israel resultaram em dezenas de vítimas fatais.
Apesar de certos otimismos com o cessar-fogo, dúvidas persistem entre a população iraniana sobre a possibilidade de um retorno à normalidade, segundo relatos de cidadãos.
O Parlamento iraniano aprovou a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), criticando a postura do órgão em relação aos ataques.
Possíveis negociações futuras
Masoud Pezeshkian, presidente iraniano, afirmou que o país está aberto a retomar negociações sobre seu programa nuclear, mantendo o direito de desenvolver energia atômica para fins pacíficos.
Trump também anunciou que os Estados Unidos conversarão com o Irã na próxima semana, deixando em aberto a possibilidade de um novo acordo.
Enquanto isso, as tensões continuam, com ambos os lados reafirmando suas posições e avaliando os impactos dos recentes ataques e da trégua que entrou em vigor.