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quarta-feira, 25/06/2025




Trump diz que EUA vão retomar conversa com Irã na próxima semana

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira (25) que Washington tem a intenção de reiniciar negociações com o governo do Irã na semana seguinte e manifestou a possibilidade de que um acordo sobre o programa nuclear de Teerã possa ser assinado, apesar de ter minimizado a necessidade de novas conversações após os ataques americanos a instalações em Fordow, Natanz e Isfahan.

Durante uma reunião da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos, Trump afirmou que poderia conseguir uma declaração dos iranianos garantindo que não pretendem se tornar uma potência nuclear. Ele também comparou a ofensiva americana à destruição causada pelas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial, argumentando que essas ações encerraram o conflito entre Israel e Irã.

“Se não tivéssemos eliminado as instalações nucleares, eles estariam lutando agora”, afirmou Trump em Haia, na Holanda.

Trump minimizou um relatório de inteligência vazado na terça-feira (24), que indicava que os ataques americanos atrasaram o programa nuclear iraniano em, no máximo, seis meses, e não por vários anos, como o presidente havia afirmado. Ele avaliou o documento como inconclusivo e afirmou que o impacto só poderá ser confirmado após a análise israelense.

A Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês) qualifica o relatório como uma “avaliação preliminar com baixa confiança”, enquanto autoridades como o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o secretário de Estado, Marco Rubio, mantêm a posição de que a usina de Fordow foi destruída e que o programa nuclear iraniano sofreu um retrocesso significativo. Por outro lado, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, adotou uma postura mais cautelosa, afirmando que a confirmação dos danos levará algum tempo.

As declarações aconteceram um dia depois da implementação de uma trégua entre Irã e Israel, após 12 dias de confrontos. No dia anterior, Trump criticou supostas violações do cessar-fogo, principalmente por parte de Israel, mas durante a cúpula na Holanda elogiou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por conter retaliações e expressou orgulho pelo aliado.

Trump também revelou acreditar que os ataques atingiram os estoques iranianos de urânio enriquecido a 60%, uma concentração próxima à necessária para a fabricação de armas nucleares. “É muito difícil remover esse material”, disse, sugerindo que o Irã não conseguiu transferir grande parte dele antes dos ataques.

Admitindo a possibilidade de novos ataques caso o Irã tente reconstruir sua infraestrutura nuclear, Trump afirmou esperar manter algum tipo de relação com a República Islâmica e disse que os iranianos não desejam continuar o processo de enriquecimento. Caso as negociações avancem, um acordo poderá ser firmado; caso contrário, Washington tomará outras medidas.

No mesmo dia, o enviado especial do presidente para o Oriente Médio, Steve Witkoff, declarou em entrevista à CNBC que o enriquecimento nuclear e o desenvolvimento de armamentos pelo Irã continuam sendo linhas vermelhas para os Estados Unidos.

Sem dar detalhes, Witkoff afirmou acreditar que em breve Washington anunciará adesões de outros países aos Acordos de Abraão, que, durante o primeiro mandato de Trump, garantiram o reconhecimento de Israel pelos Emirados Árabes Unidos e Bahrein.




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