A mediana do relatório Focus prevê que a taxa Selic chegará a 15% no final de 2025, um aumento em relação à projeção anterior de 14,75%. Essa atualização ocorreu após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar os juros para este patamar durante a reunião da última quarta-feira, 18.
No comunicado oficial, o Copom indicou a intenção de manter os juros neste nível por um período prolongado, visando garantir que a inflação converge para a meta de 3% estabelecida.
Segundo o Copom, "se o cenário atual se confirmar, o comitê poderá interromper o ciclo de alta dos juros para avaliar os efeitos do ajuste já realizado e decidir se a taxa vigente, mantida por um tempo suficiente, será suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta".
O colegiado reafirmou que seguirá atento e sem hesitar em ajustar novamente os juros caso seja necessário. Mas, apesar disso, o relatório Focus indica que não são esperadas novas elevações de juros no momento.
Considerando apenas as 100 projeções mais recentes, a mediana para a Selic no final deste ano também subiu de 14,75% para 15%.
As expectativas do mercado estavam divididas antes da decisão do Copom. Entre 48 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 27 apostavam na manutenção da Selic em 14,75%, enquanto 21 esperavam uma alta de 0,25 ponto percentual, para 15%. A mediana divulgada pelo Focus em 16 de junho também apontava para estabilidade, porém a precificação da curva futura sinalizava uma possível elevação.
A ata da última reunião do Copom será publicada na terça-feira, 24, às 8h, seguida pelo Relatório de Política Monetária (RPM) do segundo trimestre na quinta-feira, 26. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, concederão entrevista coletiva para comentar o relatório.
Para o fim de 2026, a mediana da Selic permaneceu em 12,50% pela 21ª semana consecutiva, mantendo-se a mesma estimativa nas 99 projeções mais recentes. Já para o final de 2027, a projeção está estável em 10,50% pela 19ª semana seguida e para o fim de 2028, em 10,0% pela 26ª semana seguida.