PIB do país deve encolher 6,6% este ano, no melhor dos cenários; mortes por coronavírus aumentam e já passam de 2.240
Na contramão de seus vizinhos nórdicos e de outros países europeus, a Suécia optou por não impor medidas restritivas para combater o coronavírus. Os suecos até hoje continuam se reunindo em bares para tomar cerveja e frequentar restaurantes. As escolas e universidades também não pararam. As lojas estão abertas e as pessoas circulam normalmente pelas ruas.
O governo sueco tinha a esperança de que o país passaria sem tantos problemas pela pandemia, já que possui um sistema de saúde considerado moderno e eficiente. Havia uma preocupação também de salvar a economia.
O sonho, no entanto, não se tornou realidade. Projeções do Banco Central da Suécia, o Riksbank, apontam que a economia do país deverá encolher 6,9% este ano. Isso, na melhor das hipóteses. No pior cenário, o tombo poderá chegar a quase 10%.
Com o congelamento mundial das atividades produtivas, as exportações da Suécia provavelmente levarão uma rasteira. As cadeias de produção também deverão ser afetadas.
Os principais produtos exportados pela Suécia são automóveis, que geram quase 10 bilhões de dólares de receitas anuais para o país, além de petróleo, medicamentos, autopeças para veículos e caminhões. O mundo não está comprando nada disso agora, com a exceção dos fármacos.
As expectativas decepcionantes para a economia, mesmo sem quarentena, não são o único problema da Suécia no momento. Nas últimas semanas, o número de casos confirmados de coronavírus começou a aumentar, assim como as mortes.
Já são mais de 21.000 pessoas contaminadas. Nas últimas 24 horas, foram registrados 2.000 novos casos. O índice de óbitos também está aumentando. Nesta quinta-feira, 20, o país já registrava mais de 2.240 mortos.
Na Noruega, que desde o início da pandemia optou pela quarentena, 206 pessoas faleceram em função de complicações causadas pela covid-19. Na Dinamarca, foram menos de 430 mortos. Agora, a Suécia se pergunta qual caminho seguir.
O governo sueco acredita que o país pode suportar uma procura maior de pacientes aos hospitais, bem equipados e com leitos disponíveis. A preocupação agora é com a população idosa, mais suscetível ao coronavírus.
“Estamos estudando medidas para aumentar a proteção para os idosos vivendo em asilos”, disse Lena Hallengren, ministra da saúde da Suécia.
As novas estratégias ainda não foram anunciadas. O país também não definiu se vai rever as medidas adotadas na pandemia.
“Ainda é cedo para tirar conclusões sobre a eficácia das medidas adotadas pela Suécia”, afirmou. Para a população que já se contaminou, talvez seja tarde demais.