Os eleitores de Nova York vão às urnas nesta terça-feira (4/11) para escolher quem será o próximo prefeito da maior cidade dos Estados Unidos.
Entre os concorrentes está o democrata Zohran Mamdani, um deputado estadual de 34 anos, muçulmano e socialista declarado. Mamdani tem sido alvo do ex-presidente Donald Trump, que o rotula de “comunista” e ameaçou cortar verbas federais para a cidade caso ele vença a eleição.
Este pleito acontece em um momento de grande polarização política e crise econômica, sendo considerado um indicador do descontentamento da população e da capacidade do Partido Democrata de renovar sua liderança em Nova York. A eleição ocorre também em meio a uma paralisação do governo federal que já dura 34 dias, tornando-se a maior da história do país.
Zohran Mamdani nasceu em Kampala, Uganda, filho de mãe indiana e pai ugandês. Mudou-se para Nova York ainda criança e cresceu no bairro Queens, tornando-se fluente em seis idiomas. Antes de entrar na política, trabalhou como artista de hip-hop e conselheiro habitacional. Ganhou notoriedade ao se eleger deputado estadual em 2021 pelo Partido Democrata.
Carismático e conectado a influenciadores digitais, Mamdani rapidamente conquistou atenção ao derrotar o ex-governador Andrew Cuomo nas primárias democratas com 56% dos votos.
Desde então, sua campanha tem chamado atenção nacional e internacional, sendo comparada ao estilo de campanha de Donald Trump em 2016 — porém com propostas de esquerda como congelamento de aluguéis, transporte público gratuito, creches universais e supermercados subsidiados.
Ao contrário de democratas tradicionais, Mamdani pertence à ala progressista do partido e é filiado aos Socialistas Democráticos da América.
Além de Mamdani, disputam também o ex-governador Andrew Cuomo, na condição de independente, e o republicano Curtis Sliwa, apresentador de rádio e ativista de segurança pública. O atual prefeito Eric Adams desistiu de concorrer.
Pesquisa do Emerson College indica que Mamdani lidera com 43% das intenções de voto, seguido por Cuomo com 28%, Sliwa com 10%, e Adams com 7%.
Nos últimos dias da campanha, Donald Trump intensificou ataques contra Mamdani. No domingo (2/11), chamou o candidato de “comunista” e rejeitou as comparações entre seu estilo e o de Mamdani, dizendo que é pior que um socialista e fazendo comentários pessoais.
Na segunda-feira (3/11), Trump pediu aos eleitores que votem em Andrew Cuomo para impedir a vitória de Mamdani e prometeu cortar fundos federais essenciais caso o socialista seja eleito.
Mamdani respondeu afirmando que Cuomo é um defensor de Trump nessa disputa eleitoral.
O shutdown do governo federal dos EUA, que ocorre quando o Congresso não aprova o orçamento, tem paralisado parte dos serviços públicos, afetando museus, parques e funcionários públicos não essenciais.
Nova York é uma cidade marcada por grande diversidade e desigualdade social. Enquanto Mamdani tem apoio popular de eleitores preocupados com o custo de vida, ele enfrenta resistência de setores empresariais e tradicionais do Partido Democrata.
Quanto à segurança pública, Mamdani tem propostas para manter o efetivo policial, criar departamentos comunitários de segurança e priorizar saúde mental para chamados não violentos.
Essa eleição será um importante termômetro político para os Estados Unidos, indicando como a população está respondendo à polarização crescente, à gestão do atual momento econômico e à influência de figuras como Trump.
Para Mamdani, uma vitória representaria a renovação da nova geração no Partido Democrata e uma rejeição às políticas tradicionais, enquanto Trump continuará pressionando para defender seus interesses e atacar a oposição.
