O ministério da Educação (MEC) afirmou nesta sexta-feira, 2, que os resultados disponíveis para os estudantes inscritos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no dia 30 de janeiro foram divulgados de forma indevida e eram provisórios. De acordo com a pasta, os dados ficaram disponíveis por 25 minutos e o caso será apurado.
Em nota enviada à EXAME, a pasta afirmou que o sistema é seguro e os resultados oficiais não são modificados. “O que houve foi uma divulgação indevida de resultados provisórios, ainda não homologados, durante 25 minutos da manhã do dia 30 de janeiro. A ocorrência está sendo rigorosamente apurada”.
O MEC afirmou ainda que os candidatos que não foram selecionados na chamada regular podem manifestar interesse em participar da lista de espera até o dia 7 de fevereiro. “Mais de 2 milhões de estudantes disputam 264 mil vagas em 6.827 cursos de graduação nas instituições públicas participantes do Sisu. As listas de espera valerão para todo o ano”, afirmou.
O ministro da Educação, Camilo Santana, disse, em entrevista à rádio CBN, que determinou a abertura de uma investigação interna para apurar os responsáveis pelo erro técnico. “Nós estamos apurando as responsabilidades pelo ocorrido. Com muita firmeza nós vamos tentar identificar onde ocorreu o erro”, disse o ministro.
O que aconteceu com a divulgação de resultado do Sisu?
Na manhã de terça-feira, o site do Sisu apresentou uma lista de aprovados, que saiu do ar devido à problemas técnicos. O MEC informou a divulgação dos resultados foi adiada para o dia seguinte. Uma parte dos candidatos conseguiram acessar a lista e verificaram que estavam aprovados. Contudo, estudantes que estavam aprovados na véspera caíram de posições e descobriram que não conquistaram uma vaga em instituição pública de ensino superior. Nas redes sociais, estudantes compartilharam capturas de tela que mostravam que estavam na lista de aprovados.
Em relato divulgado no X, um estudante do Rio Grande do Norte disse que viu o nome entre os aprovados para o curso de Tecnologia da Informação e comemorou a vaga com seus amigos e família, mas agora se sente lesado.
“Eu e minha família fizemos aquela festa toda, fomos para o cursinho comemorar, tirei muitas fotos, saí em rádio e até a cabeça eu raspei… Até que, pela tarde, o PNE fala que os resultados da manhã do dia 30 fossem desconsiderados e que, então, nós estudantes esperançosos pela nossa vaga na federal, aguardássemos pela próxima lista que iria sair. Esperando que a minha vaga já estivesse garantida, afinal, eu já havia passado, e tenho isso comprovado, me tranquilizei, imaginando que essas mudanças não mexeriam no meu resultado”, contou. “Eu ansiosamente abri para ver meu resultado e foi então que meu chão caiu… eu não estava aprovado”, concluiu.
Agora que a poeira já está abaixando, acho que chegou a hora de eu falar sobre… Parabéns ao MEC e ao SISU por roubarem meu sonho! Na manhã do dia 30, tal qual outros estudantes, abri o sisu esperançoso de ver meu resultado como aprovado e, adivinha só??? Eu consegui, fui + pic.twitter.com/zh5dQroOHf
— Tigas (@txaguinho0) February 1, 2024
A União Nacional dos Estudantes (UNE) afirmou o que ocorre foi “um grande absurdo” e que vai lançar nesta sexta uma “plataforma para os estudantes denunciarem esse tipo de situação que ocorreu com o INEP ao divulgar a lista do SISU”.
“Todas as denúncias serão encaminhadas para o MEC e acompanhadas pela UNE. Não podem brincar com nossos sonhos!”, afirma o texto.
Erro no Sisu provoca mudanças no calendário do Prouni
O prazo de inscrição do Programa Universidade para Todos (Prouni), que se encerraria nesta quinta-feira, 1. foi prorrogado para esta sexta-feira, 2.
“Por conta do atraso de 24h no Sisu, vamos avaliar se prorrogamos por mais um dia (o Prouni). Temos feito um esforço enorme para antecipar os resultados do Sisu em relação ao ano passado, para garantir o início do ano letivo”, explicou Camilo Santana na quarta-feira.
Nesta edição do primeiro semestre, o MEC oferecerá 406.428 bolsas de estudo, sendo 308.977 integrais (100% do valor da mensalidade) e 97.451 parciais (50%), distribuídas em 15.482 cursos, de 1.028 instituições de educação superior privadas.