“Outros propuseram sinalizar mais fortemente a possível interrupção do ciclo de flexibilização monetária e manter liberdade de ação, mas em menor grau”, afirmou o documento.
De acordo com o BC, todos os membros do Copom concluíram que seria apropriado sinalizar que a interrupção do ciclo de cortes na Selic parece mais adequada caso a conjuntura evolua conforme o cenário básico da autoridade monetária.
“Mas avaliaram que cabia comunicar que essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos”, completou a ata.
Mais uma vez, o colegiado avaliou que explicitar condicionalidades sobre a evolução da política monetária transmite melhor a racionalidade econômica das decisões tomadas pelo Copom, com mais transparência nas comunicações do comitê.
“Os próximos passos na condução da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, completou a documento.
Fatores
O Copom confirmou na ata do encontro da semana passada quais fatores foram considerados pelo colegiado para sinalizar o fim do ciclo de 11 reduções consecutivas na taxa Selic na próxima reunião (em março) e quais variáveis podem levar à decisão de realizar mais um corte na taxa básica de juros. Na semana passada, o BC reduziu a Selic de 7,00% para 6,75% ao ano.
O documento relata que, ao debaterem o próximo passo na condução da política monetária, os membros do Copom avaliaram sob que circunstâncias seria apropriado interromper o ciclo flexibilização monetária e em que contexto poderia haver um novo corte adicional.
“De um lado, a continuidade do ambiente com inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, com intensificação do risco de sua propagação, abriria espaço para essa flexibilização adicional. O mesmo ocorreria no caso de alterações no balanço de riscos que resultem em menor probabilidade de aumento de prêmios de risco e consequente elevação da trajetória prospectiva da inflação”, informa o documento – em referência à aprovação da Reforma da Previdência.
Por outro lado, ponderou o Copom, a evolução da conjuntura em linha com o cenário básico do BC, a recuperação mais consistente da economia e uma piora do cenário internacional seriam os fatores determinantes para o fim do ciclo de cortes da Selic em março.
O documento relata ainda que todos os membros do colegiado concordaram que a evolução da conjuntura econômica e do balanço de riscos para a inflação se deu, em grande medida, como esperado, possibilitando o corte de 0,25 ponto porcentual na Selic na semana passada.