O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na quarta-feira, 18, o aumento da taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, alcançando 15% ao ano. A decisão foi unânime e surpreendeu a maioria das instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, que esperavam a taxa estável em 14,75% ao ano.
Com essa nova taxa, quais são os impactos para os investimentos? Veja os principais pontos destacados por especialistas consultados pelo Broadcast Investimentos.
Renda fixa segue predominante nos investimentos no Brasil
Com a Selic elevada, a renda fixa permanece como a opção preferida dos investidores brasileiros, por oferecer baixo risco e retorno atraente. Caio Camargo, estrategista de investimentos do Santander, destaca que a renda fixa deve estar presente em todas as carteiras, independente do perfil do investidor.
“Recomendamos a renda fixa em todas as carteiras e perfis. Estamos mais otimistas com a renda variável internacional, mas com cautela, diante do cenário incerto no curto e médio prazos, tanto no Brasil quanto no exterior”, afirma Camargo.
Gustavo Okuyama, especialista em renda fixa da Porto Asset, ressalta que, em períodos de menor crescimento econômico, a renda fixa oferece uma alternativa mais segura em comparação às ações.
Ainda há espaço para a renda variável
Para Gustavo Harada, executivo da Blackbird Investimentos, a Bolsa brasileira está atrativa e tem potencial de valorização, mas não é momento de concentrar recursos somente em ações.
“Observamos uma grande assimetria nos valuations, o que gera oportunidade para aumentar gradativamente a exposição em renda variável. Não recomendamos uma alocação 100% em ações, mas incremento gradual aproveitando as oportunidades”, explica Harada.
Okuyama acrescenta que, para o médio e longo prazo, é interessante ter entre 5% a 10% dos investimentos em Bolsa.
Camargo aconselha que a exposição em ações priorize setores defensivos, como energia e instituições financeiras, que geralmente apresentam maior consistência.
Investimento no exterior como forma de diversificação
Caio Camargo destaca a importância de diversificar a carteira também internacionalmente, seja investindo diretamente no exterior ou em empresas brasileiras com receita dolarizada.
Ele observa que, com a desvalorização do dólar, que caiu de R$ 6,30 para R$ 5,50, é interessante destinar parte dos recursos para o mercado externo. Um exemplo de bons investimentos no exterior é o setor de tecnologia, citando a empresa Nvidia, que teve desempenho financeiro surpreendente recentemente.
Essas orientações ilustram como o cenário atual pode ser aproveitado para montar uma carteira equilibrada, combinando segurança e oportunidades de crescimento.