Na quarta-feira, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) apresentou o primeiro Relatório Anual de Segurança Pública. Essa publicação reúne dados e análises sobre a criminalidade e as ações das forças de segurança na última década.
Esse relatório marca um avanço importante na administração da segurança pública local, ao integrar informações, estratégias e operações. Ele traz estatísticas sobre crimes violentos letais intencionais (CVLI), mortes em ação policial e desaparecimentos.
Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública do DF, ressaltou que esse documento demonstra a efetividade de políticas fundamentadas em dados e tecnologia. Com o levantamento detalhado de todas as regiões administrativas, a atuação contra a criminalidade fica mais precisa. Em 2024, o DF teve o menor número de homicídios desde 1977, com uma média de 6,8 por 100 mil habitantes — índice próximo ao de países europeus e aos Estados Unidos, que registram 6,9.
Entretanto, Avelar alertou para o aumento das lesões corporais que resultam em morte, sobretudo envolvendo armas brancas, indicando uma mudança no perfil dos crimes que exigirá foco especial da secretaria.
Colaboração entre as forças de segurança
Durante a divulgação, o secretário de Governo do DF, José Humberto Pires de Araújo, frisou que a união das forças policiais tem sido crucial para reduzir a criminalidade. Essa estratégia, iniciada ainda na transição do governo em 2018-2019 sob a coordenação do governador Ibaneis Rocha, tem dado frutos. O trabalho conjunto entre Polícia Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal e Detran, sob a liderança de Sandro Avelar, tem trazido resultados positivos e aumentado a sensação de segurança da população.
José Humberto também destacou que os dados do relatório servirão para planejar ações futuras, como a ampliação do uso de câmeras de vigilância no DF, combinando humanos e tecnologia para aprimorar o sistema de segurança pública.
Ao tratar do tema feminicídio, ele reconheceu as dificuldades na prevenção, dada a natureza desses crimes, principalmente ocorridos no ambiente doméstico. Ressaltou, no entanto, a importância da conscientização e das políticas públicas para enfrentar essa violência. “Devemos incentivar o respeito à vida e combater o ódio”, afirmou, destacando o papel conjunto das forças de segurança e órgãos especializados no enfrentamento à violência de gênero.
O documento revela que 30% dos feminicídios ocorreram às segundas-feiras, sendo 39% entre 18h e meia-noite. Entre 2015 e 2024, 220 mulheres foram vítimas desse tipo de crime.
O evento também contou com a presença da deputada doutora Jane Kelvin, da secretária da Mulher do DF, Giselle Ferreira de Oliveira, da comandante-geral da Polícia Militar do DF, coronel Ana Paula Barros Habka, e do secretário nacional de Segurança Pública, Mário Luiz Sarrubbo.