Julia Chaib e Guilherme Botacini
Washington, EUA, e Brasília, DF (FolhaPress)
Em um breve discurso de cerca de quatro minutos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o propósito do ataque que colocou o país em conflito aberto com o Ira foi destruir a capacidade do enriquecimento nuclear em Teerã. Washington advertiu que agirá com precisão, rapidez e habilidade contra outros alvos se a nação persa não buscar o acordo de paz.
“As principais instalações para o enriquecimento nuclear do Ira foram completamente destruídas. O Ira, o forte do Oriente Médio, deve agora optar pela paz. Caso contrário, os próximos ataques serão muito mais intensos e fáceis”, disse Trump, em pronunciamento na Casa Branca. Ao seu lado estavam o vice-presidente J. D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário de Defesa Pete Hegseth.
“Por quatro décadas, o Ira declarou: ‘Morte à América, morte a Israel.’ Nosso alvo foi desativar a capacidade nuclear do Ira e eliminar a ameaça representada pelo maior financiador estatal do terrorismo global”, afirmou, reiterando pontos já expressos em suas redes sociais.
Nove dias após Israel começar ataques contra o rival, Trump anunciou que bombardeiros americanos atacaram locais do programa nuclear da república teocrática neste sábado (21).
“Concluímos com sucesso nossa missão. Uma série de bombas atingiu o principal alvo, Fordow”, publicou nos Estados Unidos na rede Truth Social. “Nenhuma outra força bélica no mundo conseguiria isso. Agora é hora de paz”, destacou, usando letras maiúsculas.
Posteriormente, ele compartilhou uma mensagem afirmando: “Fordow foi destruída.” Esta é a primeira operação significativa dos EUA contra seu maior adversário no Oriente Médio desde 1979, quando o país se tornou uma República Islâmica hostil.
Antes disso, houve conflitos pontuais entre as partes.
Trump também destacou que os iranianos devem aceitar um acordo imediatamente, sob risco de serem novamente atacados. Em declaração posterior, deixou claro que se Teerã não aceitar os termos de paz estabelecidos, vários outros locais serão alvejados com maior facilidade.
Os ataques já eram especulados desde o meio da semana, quando Trump se distanciou da ação israelense, algo inédito em 46 anos de conflito com a República Islâmica. Ele chegou a ameaçar o líder iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.
Na quinta-feira (19), afirmou que tomaria sua decisão em duas semanas, período marcado por pressão interna contra envolvimento dos EUA em conflitos considerados “guerras sem propósito.” Como se viu, essa data era apenas uma estratégia.
Durante sua fala, o presidente lembrou do general Qassim Suleimani, morto em ataque americano durante seu primeiro mandato. “Eles causaram a morte de nossos cidadãos, mutilando seus membros com bombas colocadas à beira da estrada. Muitos foram mortos pelo líder iraniano Qassim Suleimani.”
Trump também elogiou e cumprimentou o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que pouco antes divulgou uma mensagem gravada afirmando que a intervenção dos EUA contra o Ira marcou um ponto de mudança significativo na história.