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sexta-feira, 27/06/2025




Santa Catarina lidera migração e ultrapassa São Paulo como destino preferido

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De acordo com o Censo Demográfico de 2022, 36,9% dos brasileiros não moram na cidade onde nasceram, e 14,3% residem em outros estados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (27/6) que, entre 2017 e 2022, Santa Catarina teve um crescimento populacional de 354 mil habitantes, o que representa um aumento de 4,66%.

Santa Catarina se destacou como o estado com o maior saldo migratório e a maior taxa líquida de migração em 2022. Esse dado é marcante, pois representa uma mudança histórica, visto que São Paulo, que antes liderava nesse indicador, apresentou um saldo negativo de 90 mil pessoas e uma taxa líquida de migração de -0,2%.

Este é o primeiro registro negativo de migração do estado desde o início da coleta dos dados em 1991. Apesar disso, São Paulo permanece como o principal centro de atração migratória no Brasil, recebendo 736 mil imigrantes e perdendo 826 mil entre 2017 e 2022, os maiores números do país.

Distribuição regional da migração

No Brasil, 19,2 milhões de pessoas vivem fora da região onde nasceram. Mais da metade desses migrantes (54%) são originários do Nordeste, totalizando cerca de 10,4 milhões de pessoas que deixaram a região. Destes, 65,5% migraram para o Sudeste, demonstrando a forte atração dessa região para os nordestinos.

No que diz respeito à permanência, as regiões Nordeste e Sul apresentam as maiores porcentagens de moradores que nasceram e continuam vivendo lá, com 96,6% e 91,9%, respectivamente. O Centro-Oeste possui a maior proporção de imigrantes, com 26% de residentes vindos de outras áreas, e a menor taxa de retenção de nascidos localmente, com apenas 73,4% permanecendo. Já o Norte está recebendo menos migrantes de outras regiões, mas houve crescimento na chegada de estrangeiros, passando de 0,2% em 2010 para 0,9% em 2022.

Movimentações recentes

  • O Sudeste abriga 9,5 milhões de migrantes, dos quais 71,5% são nordestinos;
  • O Nordeste tem poucos imigrantes, mas a maioria (66,4%) vem do Sudeste, indicando possivelmente um retorno de nordestinos com familiares;
  • O Sul recebe principalmente migrantes do Sudeste (49,5%), enquanto o número de migrantes provenientes do Norte triplicou, indo de 3% em 2010 para 9,8% em 2022.

Casos específicos dos estados

Entre os estados do Nordeste, a Paraíba destacou-se ao registrar uma taxa líquida positiva de migração de 0,78%, com um saldo migratório positivo de 31 mil pessoas. Essa taxa marca a primeira vez que o estado apresenta saldo positivo desde 1991 e é a única taxa positiva da região em 2022. O aumento na migração para a Paraíba foi influenciado pelos fluxos vindos de São Paulo (22,3%) e do Rio de Janeiro (20%), considerados movimentos de retorno, além de Pernambuco (20,4%), evidenciando a forte interligação econômica e de mercado de trabalho entre esses estados.

O Rio de Janeiro apresentou o maior saldo migratório negativo do Brasil, com um expressivo número de habitantes emigrando principalmente para estados vizinhos: São Paulo (21,4%), Minas Gerais (17,7%) e Espírito Santo (7,3%). Este foi o primeiro saldo negativo do Rio desde o início da pesquisa em 1991.

O Distrito Federal apresentou o segundo maior saldo migratório negativo, com grande parte dos emigrantes direcionando-se a Goiás (48,5%), seguido por Minas Gerais (7,5%) e Bahia (6,6%).




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