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segunda-feira, 14/07/2025

Prefeito de Palmas é preso pela Polícia Federal em operação contra venda de sentenças

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Em Brasília

RAQUEL LOPES e CONSTANÇA REZENDE

A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (27) uma nova fase da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de vazamento e comercialização de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolvendo servidores públicos.

Durante a operação foram detidos o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), um policial e um advogado. Além disso, ocorreram três mandados de busca e apreensão e aplicação de medidas cautelares na cidade de Palmas (TO), todas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa do prefeito afirmou que aguarda informações oficiais para prestar declarações.

Segundo a Polícia Federal, o objetivo é aprofundar as investigações acerca da existência de uma organização criminosa responsável pelo vazamento sistemático de informações sigilosas referentes a investigações em andamento no STJ, impactando diretamente operações da PF.

Em nota, a corporação revelou indícios de que dados confidenciais estavam sendo acessados antecipadamente, articulados e repassados a investigados, com a participação de agentes públicos, advogados e outros operadores.

A PF também informou que o grupo é suspeito de usar essas informações para proteger aliados, dificultar investigações policiais e criar redes de influência.

Em maio, a operação teve como alvo Diego Cavalcante, suspeito de atuar como operador financeiro do esquema de venda de decisões judiciais, intermediado pelo lobista Andreson Gonçalves, que atuava em gabinetes do STJ. As investigações indicam que recebeu transferências bancárias de R$ 6,5 milhões de uma empresa ligada a Andreson e sacou parte do dinheiro em espécie.

Os investigados desta fase são suspeitos de praticar graves atos de obstrução da Justiça, com o intuito de dificultar a execução das medidas judiciais da quinta etapa da operação, que ocorreu na mesma semana.

Em novembro de 2024, a PF cumpriu 23 mandados de busca e um de prisão na mesma operação, contra advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados suspeitos de envolvimento na comercialização de decisões judiciais.

Dentre os alvos das buscas estavam desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), chefes dos gabinetes dos ministros do STJ, e um assessor que atuou em diversos gabinetes ministeriais.

A prisão preventiva na época foi decretada contra Andreson Gonçalves, apontado como lobista que intermediava interesses ilegais entre advogados e servidores públicos.

Em fases anteriores, a Operação Sisamnes já havia citados perigos reais de vazamento de investigações em andamento no STJ, envolvendo pessoas dos estados do Mato Grosso, São Paulo, Distrito Federal e Tocantins.

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