Em entrevista dada a jornalistas brasileiros, Andrei Klimov disse que “os países sábios, como China e Índia” não aderiram às sanções contra Moscou e estão tendo mais vantagens econômicas por essa decisão, assim como o Brasil.
“Muitos dos nossos produtos são exportados para o Brasil. Claro que temos outros mercados, mas queremos muito exportar para o Brasil. O problema é que os Estados da Europa Ocidental estão fazendo de tudo para dificultar o transporte. Proíbem as transações, os sistemas internacionais de pagamento. Fazem de tudo para que o mundo fique com fome”, disse o senador.
No início deste mês, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou que estava negociando a compra de diesel mais barato da Rússia. Questionado sobre a negociação, Dmitry Razumovsky confirmou que houve uma conversa sobre o assunto por telefone entre Bolsonaro e o presidente russo, Vladimir Putin. Ele afirmou que não há entraves na negociação e que, assim que as partes chegarem a um acordo, o envio será feito.
Klimov acrescentou que, no que diz respeito a exportações e negociações, “a Rússia não fechou as portas para nenhum país, mas aqueles que impuseram sanções fecharam as próprias portas”.
Razumovsky acrescentou que qualquer que seja a escolha, não afetará as relações entre os países. “A Rússia respeita qualquer escolha do povo brasileiro, mas as relações dependem dos interesses dos países. Eu diria que os dois candidatos tiveram boas relações com a Rússia e com o presidente russo. Durante o governo de Lula, tivemos a parceria estratégica, o BRICS. Depois da entrada de Bolsonaro, ao contrário do que muitos especialistas acharam, nós conseguimos manter relações muito construtivas.”
Por fim, ele reconheceu que Bolsonaro é um parceiro importante e construtivo para a Rússia, mas que tanto ele quanto Lula “são políticos experientes, com grupos de tecnocratas profissionais”.
“Ambos são políticos independentes, […] todas as tentativas dos EUA de influenciá-los deram errado. Ambos avaliam a operação militar [da Rússia] de forma objetiva e tentam ter uma visão completa da situação, entender as origens e o histórico do conflito. Sabemos que há grupos que tentam colocar dúvidas sobre os resultados [das eleições], mas a Rússia espera que todas as partes reconheçam os resultados das eleições, quaisquer que sejam”, afirmou Razumovsky.
Klimov encerrou a coletiva elogiando o Brasil e afirmando que tem interesse em conhecer o país. “Espero conhecer vocês. Planejo ir à América Latina e, talvez, ao Brasil. Nunca fui e queria ver como é esse país gigante, nosso parceiro do BRICS”, concluiu o senador.